sexta-feira, 13 de junho de 2025

5184) Contracapa de Bing (13.6.2025)





(Friedensreich Hundertwasser, "Florescem em jardins amados")
 

 
&  ninguém está mais no escuro do que o cara que manipula o holofote
 
&  pensei que aquilo ia ser como um copo de água-de-coco, mas foi um picolé de água-do-mar
 
&  às vezes parece que a gente está fugindo a pé e perseguido por um tanque de guerra
 
&  certas frases têm uma melodia macabra em qualquer idioma
 
&  no amor não se pode procrastinar decisões, é um xadrez com peças de gelo
 
&  publicar por editora pequena é tocar guitarra sem amplificador
 
&  em breve vai chegar a moda das duplas caipiras com irmãos siameses
 
&  no dia que aparecer uma zebra com as cores das listras invertidas ninguém vai perceber
 
&  uma cidade é uma torre que cresce na largura
 
&  ator de verdade carrega o palco na sola dos pés
 
&  tem gente que vende a alma e fala mal de quem vendeu o corpo
 
&  se todos os loucos de um hospício tivessem a mesma alucinação, não sei não
 
&  vai chegar o tempo em que bandeira de país vai vir com um código de barras
 
&  não sei o que é mais numeroso, espécies de besouros ou modelos de roupas
 
&  fora da jaula todo bicho é fera
 
&  é melhor ser arroz de festa do que cafezinho de velório
 
&  um milagre que se repete se desvaloriza
 
&  a nova mutação no mundo moderno é o Sentauro, tronco de homem e quatro pernas de cadeira
 
&  a Geometria não deve ser reducionista, mas é impossível dispor de uma régua para cada formato de curva
 
&  sou professor de fracasso na Escola do Sucesso
 
&  ninguém tem o direito de dizer tudo que pensa, e um escritor não tem a obrigação de pensar tudo que diz
 
&  coitado do Sol, que não consegue enxergar as sombras que projeta
 
&  a frase manuscrita é o registro sismográfico do que acontece aqui dentro
 
&  é isso que nos aguarda: uma biblioteca só de Bíblias
 
&  não precisamos encontrar todas as respostas, é preciso deixar alguma distração para as gerações futuras
 
&  eu era feliz e não sábio
 


domingo, 8 de junho de 2025

5183) A poesia não tem leis (8.6.2925)



(ilustração: Wassily Kandinsky)

 
Já fiz muitas oficinas de poesia pelo Brasil afora, sem contar as oficinas online, que cresceram de importância nos anos mais recentes. 
 
O Brasil está cheio de poetas, ou de pessoas querendo se exprimir através de poemas, o que não é necessariamente a mesma coisa. Acho isso uma boa notícia. Todo mundo deveria poder escrever poemas, assim como todo mundo deveria saber escrever cartas. 
 
É uma forma de expressão pessoal, onde você pode ter uma extensão incrível de liberdade, para dizer o que quer, do jeito que quiser, falar do que sente e do que não sente, do que viu, do que imaginou. 




O filósofo Hegel dizia que o domínio da poesia é o reino infinito do espírito. Minha divergência com Hegel (olha só o atrevimento) é que para ele poesia não se faz com palavras, e sim com idéias. Eu acho o contrário, mas como sou conciliador, gloso isto desta maneira: “Tudo que faz parte do espírito humano e pode ser expresso em palavras pode ser expresso em forma de poesia”. 
 
Nas minhas oficinas a coisa mais difícil de ensinar sempre foi o uso da forma fixa, da poesia em estrofes fixas, com uso obrigatório da métrica e da rima. Todo mundo quer fazer poesia, mas existe uma aversão às regras, à disciplina que a métrica e a rima exigem. Eu entendo. É como a aversão à matemática, a algo que tem regras rígidas e não pode ser escamoteado pelo aluno. 
 
Você não pode dizer: “Eu acho que 2 mais 5 é igual a 40, é minha opinião”. Você não pode dizer: “Eu vou fazer um soneto com 31 linhas de tamanhos diferentes, é minha maneira de fazer soneto”. 
 
Pode?  Ou não pode?  Existem leis poéticas?  Quem as escreveu?  Se a gente desobedecer, que viatura virá bater à nossa porta às 5 da manhã? 




Nas últimas semanas tenho lido as traduções da poesia de Lord Byron feitas por André Vallias (Byron: poemas, cartas, diários, &c, Ed. Perspectiva, 2025) - e tenho caraminholado um pouco a respeito das tais formas fixas, muitas das quais o Lord praticava duzentos anos atrás, e continuam a ser praticadas hoje em dia, inclusive em nosso idioma. 
 
O verso inglês se organiza em torno de conceitos métricos clássicos, que vêm da poesia grega e da poesia latina. Não vou me estender a respeito porque confesso que nunca estudei essa poética. Minha escola – mais rudimentar, talvez – é a escola de contagem silábica, da literatura de cordel e dos cantadores de viola, que é mais próxima, em alguns aspectos, do verso praticado pelos parnasianos e simbolistas brasileiros. 
 
Tanto é assim que temos um poeta como “Cancão” (João Batista de Siqueira), que foi uma espécie de sonetista parnasiano em São José do Egito, lá no Vale do Pajeú, em pleno epicentro da cantoria de viola. 



 
Voltando a Lord Byron, me deparei com um longo comentário de Edgar Allan Poe sobre a métrica do Lord em seu ensaio clássico “The Rationale of Verse”, traduzido entre nós como “Análise Racional do Verso”. 
 
Os teorizadores da métrica criaram uma imensa terminologia para designar os “pés” poéticos: iambo, troqueu, espondeu, dáctilo, etc. Neste trecho, Poe está comentando um verso “dactílico” de Byron, verso que usa o “dáctilo”, uma unidade métrica que consiste em uma sílaba forte seguida por duas fracas. A palavra DÁ-ti-lo, por exemplo; ou a palavra SÍ-la-ba
 
Diz Poe, comentando um verso de Byron que exibe uma leve desobediência à lei: 
 
Isto convinha lindamente bem; mas as Gramáticos não admitiam tal pé, como de uma sílaba; e além do mais o ritmo era dactílico. Desesperançados, os livros são rebuscados, porém, e por fim os investigadores são recompensados com uma plena solução do enigma, na profunda “Observação”, citada no começo deste artigo: “Quando está faltando uma sílaba, diz-se que o verso é catalético; quando a medida é exata, o verso é acatalético; quando há uma sílaba redundante, forma hipérmetro”. Isto basta. Sentencia-se que a linha anômala é catalética na cabeça e forma hipérmetro na cauda – e assim por diante, logo se descobrindo que quase todas as linhas restantes se acham em similar categoria, e que o que flui tão maciamente para o ouvido, embora tão asperamente para o olho, é, afinal de contas, uma simples misturada de cataleticismo, acataleticismo e hipermetrismo, para não dizer pior. 
(Edgar Allan Poe, Poesia e Prosa, Ed. Globo, 1960, trad. Oscar Mendes e Milton Amado, pág. 535)
 
A questão aqui não é o verso de Byron em si, é o fato de que os gramáticos e os teóricos, como quaisquer outros cientistas, são vulneráveis à Psicose Classificatória. É precisa classificar tudo, dividir em grupos, depois dividir esses grupos em setores, e cada setor em departamentos, e cada departamento em sub-departamentos e assim por diante. E botar um nome diferente em cada coisa descoberta. 
 
Não nego a importância desse processo – apenas acho que não é decorando essas taxonomias que se aprende a escrever poesia. 
 
Explicar que certos versos são cataléticos e outros são acataléticos é como dizer que um tem consoantes fricativas e outro tem consoantes bilabiais. Provavelmente é verdade, e isso talvez resolva o problema de quem classifica, mas adianta muito pouco a quem escreve. 


 

Quando penso nessas classificações dos versos, lembro das classificações dos passos de dança. Cada dança tem certos “passos” estabelecidos pela tradição. O tango, por exemplo. Existe toda uma coreografia de movimentos combinados entre o homem e a mulher, movimentos que podem ser aprendidos por qualquer pessoa, numa escola de dança qualquer. 
 
Penso nas nossas danças-de-salão brasileiras, a gafieira, etc.  Existem passos já estabelecidos: o “cavaleiro” paga a dama, roda pra um lado, roda pro outro, dá uma volta, pega na cintura, faz uma acrobacia... Como dizia meu pai, quando é bem feito fica muito bonito. 
 
Todo mundo é obrigado a dançar assim? De jeito nenhum. Eu não sou um dançarino muito bom, sou da escola dois-pra-lá-dois-pra-cá, mas não importa – danço para me divertir, não para dar espetáculo; mas eu não posso fazer minha dancinha feijão-com-arroz e dizer que estou dançando tango, ou gafieira. Não estou. 
 
Às vezes alguém vem me mostrar algo que escreveu: “Olha aqui esse meu cordel.” Eu leio e respondo: “É um bom poema, bem escrito, mas não é um cordel. O cordel tem regras.” 
 
Ou então: “Isto aqui é um ótimo poema, mas não é um soneto. Um soneto tem regras”. 
 
Quando certos tipos de poemas aparecem com regras, não são as regras do Código Penal. são as regras de uma dança, ou de um jogo. Uma atividade que tem um lado lúdico. E é da essência do jogo a existência de regras um tanto arbitrárias, mas que são aceitas com alegria pelos participantes. 
 
Quando as formas poéticas propõem regras, é para o prazer consensual de quem as pratica, e quem não sente prazer nessa atividade deve ter escolhido o meio de expressão errado. 
 
 
 
 
 
 




terça-feira, 3 de junho de 2025

5182) A Conspiração e o Absurdo (4.6.2025)



 
Uma das minhas frases preferidas é a de Philip K. Dick quando disse que a mente humana precisa de significado tanto quanto o corpo humano precisa de água. Sem isso, definham, ressecam, morrem. 
 
Um dos elementos desse “significado” é o que chamamos de relação causa-efeito: “Isto acontece por causa daquilo, e vai por sua vez ser causa daquilo-outro”. Ou então: vemos meia dúzia de objetos ou elementos soltos, isolados, e precisamos produzir um conceito capaz de uni-los todos, alguma coisa que todos eles têm em comum. E assim por diante. 
 
As famosas “teorias da conspiração”, tão em moda nas redes sociais, não são uma coisa nova na história do mundo. São um segmento de uma tendência maior, a de observar fenômenos inexplicáveis (ou ainda não explicados satisfatoriamente) e conceber uma teoria onde todos eles se encaixem. 
 
Curiosamente, é exatamente isto que um paranóico faz: inventar explicações fantasiosas para fatos banais. Mesmo fantasiosas são impecavelmente lógicas e bem argumentadas. Um paranóico tira da cartola uma teoria impecável demonstrando que está sendo perseguido pela KGB e pela Sociedade Internacional dos Observadores de Pássaros, cujo objetivo conjunto é impedir que ele assuma o trono da Turquia, do qual é o legítimo herdeiro. 
 
As sociedades – ou pelo menos faixas enormes das populações – procedem do mesmo jeito. Percebem fatos isolados e tentam explicá-los através de uma “teoria unificada”. Reduzir o desconhecido ao conhecido. Por mais sem pé nem cabeça que esse “conhecido” possa ser. 
 
E é aí que entram muitas dessas Teorias da Conspiração. As explicações são bizarras? Sim, mas são articuladas com aparente lógica. Vale tudo – menos o Absurdo do não haver explicação. 
 
Andei lendo em revistas já meio antigas umas resenhas do livro The Man From Mars: Ray Palmer’s Amazing Pulp Journey (Penguin, 2013), de Fred Nadis. 



 
Raymond A. Palmer, cujo nome só é lembrado hoje por leitores de ficção científica, é um dos responsáveis pela mentalidade teórico-conspiratória que hoje fervilha nas redes sociais. Foi ele um dos deflagradores principais, de dois cultos que marcaram a segunda metade do século 20: a lenda dos discos voadores e a lenda da Lemúria. 
 
Ray Palmer (1910-1977) foi uma daquelas figuras excêntricas que floresceram na estufa caótica da pulp fiction norte-americana. Foi um garoto doente, confinado à cama e à leitura voraz de revistas populares. Um acidente de carro ainda na infância danificou sua coluna vertebral e afetou sua saúde pelo resto da vida. Palmer, adulto, nunca cresceu acima de 1 metro e 20. Isto não o impediu de ser extrovertido, falastrão, ousado, contestador. 



(Ray Palmer)

 
Era o típíco fã de FC da sua época, publicando histórias e cartas nas revistas, até que foi contratado para editar a revista-fundadora do gênero, Amazing Stories, que andava mal das pernas sob a direção meio sisuda de T. O’Connor Sloane. A circulação da revista tinha caído de 100 mil em 1926 para 40 mil em 1938. 
 
Diz Richard A. Lupoff (Locus 629, junho 2013, p. 23): 
 
Sob a orientação de Palmer e com o apoio da editora Ziff-Davis, Amazing Stories experimentou uma completa renovação, tornando-se uma revista mais colorida e pitoresca. Palmer deixou para trás o tom mais formal e professoral da revista e adotou uma postura mais coloquial e descontraída. Os leitores aceitaram de imediato. Ele substituiu as histórias mais lentas e carregadas de ciência, que eram as preferidas do ex-editor Sloane, por histórias mais excitantes, baseadas em ação e aventura. (trad. BT) 
 
O objetivo de Palmer era, por um lado, atingir um público de adolescentes para quem a principal revista concorrente, Astounding Science Fiction, era demasiado séria. Mesmo assim, coube a Palmer publicar o conto de estréia de Isaac Asimov (“Marooned off Vesta”, março de 1939). 
 
E nessa euforia editorial cai nas mãos de Palmer um conto excêntrico de um desconhecido, Richard Shaver, sobre uma civilização subterrânea que influencia a mente humana através de raios projetados à distância. Palmer viu o potencial da história e a publicou no número de março de 1945, sob o título “I Remember Lemuria”. 



 
A revista saltou para 200 mil exemplares por mês; Palmer percebeu o filão inesgotável que havia ali, e passou a publicar um material cada vez mais  voltado para o cultismo e o ocultismo, afastando-se da ficção científica. 
 
Nesta mesma época, ele embarcou na onda de ufologia que teve início em junho de 1947, quando o aviador Kenneth Arnold avistou uma formação de nove objetos voadores, quando sobrevoava a região do Mount Rainier. Os dois tornaram-se amigos, e a revista Fate, que Palmer fundou em 1948, deu um enorme impulso à onda dos “discos voadores” que tomou conta da América. Outras revistas e livros se seguiram, sempre explorando o filão da mistura entre FC e ocultismo. 



 
O shaverismo e os discos voadores são sintomas típicos da Guerra Fria: “estamos sendo ameaçados por inimigos malignos que nos influenciam à distância e que mandam naves misteriosas para nos espionar e nos sequestrar”. O elemento novo que aparece nesse fenômeno é essa relativa promiscuidade entre a literatura de ficção e as invenções deliberadas da imprensa sensacionalista. 
 
Ficção Científica e Ufologia são duas áreas próximas, mas existe uma certa frcção entre as duas, uma certa tensão. Cada uma, curiosamente, sente-se ofendida quando é confundida ou comparada com a outra. 
 
Para o pessoal da ficção científica, a FC é uma literatura como qualquer outra. Uma literatura baseada na imaginação, mas onde existe um acordo tácito, entre autor e leitor, de que nada daquilo é verdade factual. E para muita gente da FC, os ufologistas são pessoas ingênuas: leem narrativas bizarras, mirabolantes, e acreditam que são verdadeiras. 
 
Para o pessoal da Ufologia, a FC é uma atividade irrelevante justamente por ser assumidamente imaginária; são histórias que não aconteceram e por isso de nada interessam, enquanto que a Ufologia investiga fatos reais, coisas que têm importância. 
 
Raymond Palmer teve um papel importante nesse processo de misturar as águas da ficção e do jornalismo; da história de ficção e da pseudo reportagem. Com isto, ele turbinou ainda mais essa tendência humana a perceber coisas bizarras e extraordinárias que não estão ali. Dizem que a beleza está no olho de quem observa (“beauty is in the eye of the beholder”), mas não é só a beleza, é qualquer coisa que mexa, perturbe, inquiete, fascine, atraia a atenção e desperte associações de idéias que o próprio observador não sabe direito de onde vêm. 



 
Em O Mundo Assombrado pelos Demônios (1995), Carl Sagan dizia, a respeito da febre de avistamentos de discos voadores: 
 
A maioria das pessoas informava honestamente o que via, mas o que elas viam eram fenômenos naturais, ainda que pouco familiares. Algumas visões de UFO eram na verdade aviões pouco convencionais, aviões convencionais com padrões de iluminação inusitados, balões de alta altitude, insetos luminescentes, planetas vistos em condições atmosféricas incomuns, miragens e aparições ópticas, nuvens lenticulares, fogos de santelmo, parélios, meteoros incluindo bolas de fogo verdes, satélites, ogivas e lançadores de foguetes reenctrando espetacularmente na atmosfera. 
(Companhia das Letras, p. 92, trad. Rosaura Eichenberg) 
 
Quando uma pessoa avista imagens extraordinárias e tenta dar-lhes uma explicação, há duas atitudes científicas possíveis. A primeira é tentar averiguar o que de fato foi visto, independentemente da interpretação do observador. A segunda é ignorar provisoriamente o que foi (ou pode ter sido) avistado e perguntar por que motivo o observador lhe deu aquela explicação, e não outra. 
 
C. G. Jung foi um dos cientistas sérios que se dedicou a entender o que a mente das pessoas e não os seus olhos) estava vendo. Ele dava sempre um descontos nos relatos recolhidos, e fazia esta divertida ressalva: 
 
O que é pior: a maioria destes relatos vem da América, a terra dos superlativos e da ficção científica. (...) Vistos sob essa luz, os avistamentos de Ovnis podem parecer a um observador cético uma história que é contada por todo o mundo, mas difere de um boato comum pelo fato de que é expressa em forma de visões, ou talvez deva sua existência a elas, e agora é mantida viva por elas. Eu chamaria a essa variação, comparativamente rara, um boato visionário. Algo bastante próximo das visões coletivas como, digamos, dos cruzados durante o cerco de Jerusalém, das tropas de Mons na Primeira Guerra Mundial, ou dos fiéis devotos do Papa em Fátima, Portugal. (...) O boato está ligado à psicologia do grande pânico que se alastrou nos Estados Unidos pouco antes da Segunda Guerra Mundial, quando uma transmissão de rádio baseada no romance de H. G. Wells, sobre marcianos invadindo Nova York, causou uma fuga generalizada e numerosos acidentes de carro. Esta transmissão, evidentemente, tocou a emoção latente em conexão com a iminência da guerra. 
(Flying Saucers: a Modern Myth of Things Seen in the Skies, Princeton University Press, 1991, trad. BT)
 
O ser humano aceita e suporta a idéia de qualquer catástrofe ou qualquer conspiração maligna, porque uma catástrofe ou uma conspiração fazem sentido. O que ele não aceita nem suporta é a falta de uma explicação qualquer – é o Absurdo.