Artigos de Braulio Tavares em sua coluna diária no "Jornal da Paraíba" (Campina Grande-PB), desde o 0001 (23 de março de 2003) até o 4098 (10 de abril de 2016). Do 4099 em diante, os textos estão sendo publicados apenas neste blog, devido ao fim da publicação do jornal impresso.
quinta-feira, 15 de abril de 2010
1913) Contracapa de Fita Demo (26.4.2009)
& não sou rico, tenho apenas uma nota de cada valor de cada moeda em circulação em cada país do mundo & um logotipo cuja visão provocasse amnésia instantânea & “Creative Commons” é uma mera figura jurídica para designar o inconsciente coletivo & tão difícil quanto perfurar um poço de petróleo é descobrir exatamente onde perfurá-lo & a Esfinge não passava de uma “collage” de medos, solúvel em respostas & a gangrena dos países começa pelas fronteiras & a Natureza é um conjunto de anomalias majoritárias com as quais nos acostumamos & vontade de me esconder num tronco de árvore, numa bigorna, num bloco de basalto, num livro de Direito Internacional Público & sente aqui, juntinho de mim, olhe, lá vai o Nautilus do Capitão Nemo, quase alcançando o Submarino Amarelo & digamos por exemplo que todos os sem-terra são de origem extra-terrestre, e vêm daí os seus problemas & filósofos são como arqueólogos desfazendo o Everest com espátulas, na esperança de que exista ali alguma coisa & orçamento à parte, procuro viver como se já fosse milionário & para esta faixa quero baixo acústico com arco, um cavaquinho bem palhetado, três ganzás, três reco-recos, um solo de clarineta no final & um filho é uma missão, um neto é nosso horizonte genético, um bisneto é um parente distante que ignorará nossa existência & um cofre de se trancar por dentro & estou num daqueles momentos mortos que o relógio pula & acordou, sentou na cama, sentiu os pés mergulharem na espuma das ondas que avançavam & a força gravitacional das tragédias anunciadas & um trumpete fazendo estremecer todas as linhas retas da sala-de-estar & os universos paralelos se intersectam no infinitesimal & a insônia é um formigueiro que não me deixa adormecer e me ferroa quando acordo & girando o calcanhar na terra macia para cavar o buraco-negro que atrai as bolas de gude & dormia de luz acesa com medo de ser dissolvido pela treva & uma biblioteca de livros em branco mas com títulos diferentes & dois elevadores lado a lado, um para subir, outro para descer & quem sabe a Humanidade seja um breve incidente entre duas Eras dos Dinossauros & Deus é quem veste o alfaiate, calça o sapateiro, cura o médico, alimenta o padeiro, escreve o escritor & um poema é uma erupção de lava vulcânica que se solidifica em forma de catedral & mesmo durante o trabalho minha mente foge para os terrenos baldios de si mesma e se entrega a contravenções inofensivas & aquelas mansões inglesas onde um fantasma introspectivo mal percebe as gerações que se sucedem num piscar de olhos & é duro constatar que Aristóteles nunca comeu feijão, Cleópatra nunca bebeu uísque, Calígula nunca fumou um cigarro, Shakespeare nunca trocou uma lâmpada, Mem de Sá nunca andou de ônibus & cibernética é o estudo de como as coisas se governam sem as pessoas & cataratas cachoeirando em catadupas, e na caatinga o cacto contando gotas com usura e concisão &
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