Cap. 1 – De como Valdemar ficou devendo dinheiro à galera da sinuca, e eles o ameaçaram de uma surra. Cap. 2 – De como ele e dois amigos emboscaram o líder dos marginais e deram a surra nele próprio. Cap. 3 – De como no dia seguinte ele se gabou na cidade inteira. Cap. 4 – De como na terceira noite o sujeito retornou na companhia de mais cinco, todos armados, deu uma surra nele, amarrou-o na linha do trem, pela qual deveria passar um trem daí a meia hora, e se afastaram, e ele ficou atado sobre os dormentes, pensando: “É, agora fudeu.”
Cap. 5 –
De como ele, com tempo para pensar, lembrou suas leituras de ocultismo e
encantações mágicas. Cap. 6 - De como
ele ficou endividado com a galera da sinuca justamente por ter tentado clonagem
alquímica de alguns cordões de ouro e relógios Rolex, que acabaram virando
alumínio. Cap. 7 – De como no meio daquela babel de irrelevâncias havia
fórmulas que funcionavam mesmo, e não é que Valdemar pronunciou uma delas, em
autêntico desespero de causa, seis minutos antes que o trem apontasse no
horizonte visível.
Cap. 8
- De como esse encantamento é um string
de sensações, palavras, imagens visuais, cheiros, etc., uma espécie de sistema
numérico de Funes, só que sinestésico, incluindo como “números” (que ele deve
receber e reproduzir mentalmente) notas musicais, frases inteiras, aromas,
cores, padrões geométricos... Enfim.
Cap. 9 - De como, mercê desse recurso, ele conseguiu concentrar sua
mente-de-baixo (liberada da vigilância da mente-de-cima, que está entretida com
o ping-pong sinestésico) concentrou suas forças e retardou o trem. Mesmo.
Conto? Que ideia magnífica para um romance!
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