Meu São João espiritual começou na quarta-feira dia 4, no XIII Forum de Forró em Aracaju. Três dias de palestras, debates e shows, tendo como homenageados este ano Antonio Barros & Cecéu (PB), Zé Calixto (PB), Edgard do Acordeon (SE) e Rogério (SE). O Forum se realiza todos os anos na capital de Sergipe, e foi lá, em edições anteriores, que tive a alegria de bater longos papos com Almira Castilho (ex-parceira de Jackson do Pandeiro), Carmélia Alves (a Rainha do Baião), Dominguinhos, Onildo Almeida, D. Iolanda (viúva de Zé Dantas), o pesquisador cearense Nirez, o compositor João Silva e muitas outras pessoas ligadas ao mundo da música nordestina.
O São João para nós, nordestinos, é uma espécie de Copa do
Mundo musical que dura um mês inteiro. Uma febre de festas que se estende por
trinta dias e que no fim nos larga numa cama, extenuados e felizes. A festa é a festa e se justifica por si só;
mas a vida não é somente a festa. É trabalho também, e não devemos esquecer que
quando estamos bebendo e dançando, bem satisfeitos, aqueles músicos em cima do
palco estão trabalhando. Estão se
divertindo, também, mas sobrevivem daquilo (ao contrário de nós) e é do
interesse deles todos que, assentada a poeira da festa, tenha havido algum tipo
de proveito profissional para isso tudo.
Vai daí que o Forum do Forró é um espaço onde se discutem as
questões artísticas e profissionais do forró. O que é o forró? Quais os estilos musicais que ele
inclui? Quem são os grandes criadores,
e que tipo de parâmetros eles deixaram para nós? O forró pertence ao ano inteiro ou só ao São João? O forró de hoje ainda é rural ou já é todo
urbano? Como conviver com as “bandas de
forró eletrônico” que arrancam cachês milionários das prefeituras do
interior? O que fazer com
instrumentistas geniais que não arrastam multidões gigantescas mas são os
responsáveis pela manutenção da tradição e pelo alto nível técnico do gênero?
Procurei nos seus textos material sobre Zito Borborema, mas não encontrei.
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