Peguei um táxi em João Pessoa e fui conversando com o motorista. O celular tocou, ele cortou a ligação, e começamos a falar sobre a utilidade dos celulares. Daí a pouco estávamos imaginando como seriam os celulares do futuro. E nesse momento Zé Antonio, ou Zeca (como ele é mais conhecido) falou: “Quer saber de uma coisa? Todo mundo tem saudade do tempo antigo, do que já passou. Pois eu não. Eu tenho saudade do que eu não vou ver.” E eu entendi na hora, porque é exatamente isso que eu sinto às vezes: a nostalgia de saber que depois da minha morte o avanço da ciência vai continuar, novas descobertas e invenções vão surgir, coisas interessantes vão pipocar por todos os lados, diariamente, e eu não vou estar aqui para arregalar os olhos feito um menino e dizer: “Eita!”
A
saudade é uma sensação de perda (como dizia Pinto do Monteiro – “saudade só é
saudade quando morre a esperança”), e não é só o passado irrecuperável que a
gente perde, é também o futuro inatingível. E ninguém pode nos proibir de
chamar “saudade” a essa angústia pela perda de um futuro que, por definição,
vai nos sobreviver. É uma saudade antecipada que brota em quem gosta da vida,
quem acompanha as coisas do mundo – seja os campeonatos de futebol, os filmes que
ganham o Oscar, as eleições, as conquistas espaciais, os novos livros, as novas
músicas... Que infinidade de coisas boas eu não vou perder, somente porque não
estarei mais aqui?
Numa
coluna de anos atrás (aqui: http://bit.ly/1gAye5F) sobre o Tempo,
propus uma definição pessoal: “O Passado é tudo aquilo que ocorreu antes do meu
nascimento. O Presente é tudo que começou a ocorrer desde então. E o Futuro é
tudo que irá ocorrer após o instante da minha morte.” Nosso Tempo de vida é um presente contínuo
(pois a única realidade que de fato experimentamos é o presente, o
aqui-e-agora), inundado de referências do passado e de expectativas pelo
futuro. Quando temos saudade da infância
temos saudade de um “passado presente”, pois somos capazes de lembrar dele
agora. E quando pensamos no que vamos fazer no ano que vem, é um “futuro
presente”, que já nos alegra com suas coisas boas ou já nos influencia com seus
problemas.
Caro "MF" (...analfabeto digital, mas "Até Aqui Cheguei". Assnt: A Aurora do Homem - de todas as cores)),desvendei o CÉREBRO HUMANO("É Tudo Verdade"). Fv leia últm post: Ensaio Sobre o "Racismo" - e a origem das emoções humanas (blog cerebro selvagem). OBS: saiba pq o PRESENTE é ABSOLUTO, e como nosso cérebro cria a ilusão do TEMPO (pas-fut); saiba como -ao evoluir a MEMÓRIA- nos tornamos humanos; saiba como criamos o equivocado conceito de "raças diferentes", etc. OBG
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