Não sou um
grande leitor de histórias de vampiros e o grande romance de vampiros, para
mim, sempre foi e continua a ser o Drácula de Bram Stoker (1897). Existem
outros, por certo; mas agora tenho a certeza de que numa prateleira dos
melhores deve existir espaço para The Golden (1993) de Lucius Shepard, que
acabei de ler. Shepard é um autor que nunca me decepciona, embora dele eu só
conhecesse contos, alguns deles memoráveis: “A Spanish Lesson” (1985; pessoas
em férias numa praia da Espanha descobrem um portal para um mundo de pesadelo),
“Bound for Glory” (1988; um trem fantasmagórico viajando pelo interior); “Only
partly here” (2003; um operário no Ground Zero encontra fantasmas de vítimas
das Torres Gêmeas); “Nomans Land” (1988; um náufrago numa ilha é envenenado por
aranhas alucinógenas). Este último eu traduzi para a edição brasileira da Isaac Asimov Magazine.
The
Golden transcorre durante cerca de três dias e noites alucinantes, por volta
de 1860, num castelo da Europa, durante o encontro d’A Família, a dinastia de
vampiros que domina o continente. A Família tem ramificações rivais e fervilha
em política. O objetivo desse encontro é apresentar “the golden”, uma jovem
cujo sangue foi purificado e cultivado durante gerações, para ser saboreado por
uns poucos felizardos (o sangue é descrito no livro em termos muito próximos
dos usados pelos enólogos para falar de vinhos). Na primeira noite, a “golden”
é assassinada, e o protagonista, Michel Beheim, um vampiro que foi chefe de
polícia em Paris, é encarregado da investigação.
Livro de vampiros,eu só li Anne Rice.
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