Artigos de Braulio Tavares em sua coluna diária no "Jornal da Paraíba" (Campina Grande-PB), desde o 0001 (23 de março de 2003) até o 4098 (10 de abril de 2016). Do 4099 em diante, os textos estão sendo publicados apenas neste blog, devido ao fim da publicação do jornal impresso.
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
3011) Contracapa de post (24.10.2012)
& quando você toma a primeira cerveja do dia antes mesmo de levantar da cama, está na hora de revisar parâmetros & não sei onde a generosidade me surpreende mais, se entre os abastados, se entre os mendigos & comemorar aniversário é fazer um risco a mais na parede da cela & pensavam que iam me prender e eu saí voando com gaiola e tudo & eu gostaria de dar um pulinho rápido no futuro só para saber como vão chamar a época em que eu vivi & sou do tipo que se remexer na cesta de lixo do escritório traz de volta metade das coisas & um submarino repleto de pássaros coloridos & passei a vida me preparando contra catástrofes que nunca aconteceram, ou seja, deu certo & a roda só foi inventada quando havia cem pessoas pensando naquilo o tempo inteiro & um túnel com lojas de shopping nas paredes laterais & a imagem fala à razão, o som fala ao inconsciente & hoje em dia só quem acha um mecenas são os bobos da corte & certas pessoas são como os guindastes, levantam tudo mas se caírem não se levantam sozinhos & o governo oferece pacote completo: anistia, amnésia e eutanásia & o simples fato do sujeito concordar em ir para a guerra já o torna merecedor de uma medalha por bravura & todo escritor devia ter uma luzinha vermelha na testa que piscasse furiosamente sempre que ele está trabalhando & uma pistola de dois canos e uma faca de duas lâminas & o sertão é divino e a cidade é maravilhosa & uma dor serve também para nos garantir que o resto do corpo não está doendo & uma tragédia é um drama do qual a gente não consegue rir tempos depois & a vida é uma guerra sem exército inimigo & o poeta é um mero para-raios, esperando a poesia acontecer & Wall Street está durando mais do que o Muro de Berlim & em História deveríamos dizer sempre “um segmento de fato”, porque fatos não têm começo nem fim & o que mais precisamos na vida é de coisas que não nos deixem ficar pensando no significado da vida & o pavão é tão burro que não sabe que é bonito, pensa que aquilo quer dizer força & se eu pegasse dois dias de cadeia por cada piada politicamente incorreta que já falei, ia ter de reencarnar pra poder pagar tudo & ver futebol sem torcer por nenhum dos dois times é como tomar cerveja sem álcool & o melhor lugar para esconder dinheiro é gastando & tão samurai que lhe basta uma pena de ganso para estripar um exército inteiro & eu bebo a vida naquelas canecas de agarrar com a mão inteira & por aí tem candidato a prefeito que não conseguiria mestrar um jogo de RPG & um olho de vidro com um aquário dentro onde nadam peixes cegos &
& isso é poesia me atingindo a razão e possivelmente o inconsciente
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