terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

0842) A flor do coco (27.11.2005)




Minha mãe vivia fazendo bolos, tapiocas, cocadas, um monte de quitutes caseiros que requeriam coco. E toda vez que ela pegava um coco para partir perguntava aos filhos que estivessem por perto: “Vai querer a água ou a flor?” 

Eram duas opções irresistíveis, profundo dilema filosófico, daqueles de travar a placa-mãe de qualquer filho. Partido o coco, a água era recolhida num caneco e entregue a um, enquanto outro recebia a “flor”, ou seja, a primeira raspagem da carne branca e úmida que o coco guarda em seu interior. 

Coco ralado já é uma coisa gostosa; avaliem a primeira raspa, a raspa daquela superfície molhada, macia, ainda guardando a leve carnosidade que tem a polpa do coco verde. Depois de raspada a flor, o resto do coco, conquanto saboroso, não tinha o mesmo frescor, não trazia a mesma brisa ao paladar.

Chamem-me pseudo-intelectual, se quiserem, mas acho que com os livros se dá algo parecido. Quando descobrimos no balcão ou na prateleira um livro que nos atrai e o compramos, tudo nele ainda tem o sabor de novo. 

E nada se compara àquele primeiro contato quando, na tranquilidade do gabinete de leitura, abrimos o pacote e podemos por fim examiná-lo devagar, folheá-lo, conhecê-lo aos poucos. Examinamos a capa, lemos o texto de contracapa, as orelhas; vamos ao índice, vamos ao índice remissivo quando o há, corremos o polegar pelas folhas, admiramos as ilustrações, lemos um pedacinho aqui, outro ali, saboreamos o prefácio...

E aí ocorre algo curioso. No dia seguinte, quando pegamos o livro de novo, é como se um pequeno encanto já tivesse se desvanecido. O livro não tem mais aquele frescor, aquele gosto de coisa nova. 

Para todos os efeitos, não o lemos ainda, mas por outro lado é como se ele já tivesse perdido a novidade. Porque o que ele nos deu, naquela primeira noite de contato, foi a sua flor-do-coco, foi a superfície intacta e virgem de coisa nova, desconhecida, repleta de infinitas possibilidades. 

Depois daquela manuseada inicial, depois daquelas primeiras folheadas, o livro perdeu o seu verniz de Desconhecido e de Mistério. Fazia parte do mundo e seus mistérios; agora faz parte de nós mesmos e de nosso bocejante repertório de coisas já conhecidas.

Chamem-me moralista, mas palpita-me que é isto que ocorre também com o Cavalheiro Casanova, com Don Juan e com os demais grandes conquistadores da História. O que eles buscam não é uma mulher, é o verniz de Desconhecido, de Novidade e de Mistério que qualquer mulher traz num primeiro contato; é aquela sensação de frescor de um sabor jamais provado antes, de um sabor que tivesse estado se guardando a vida inteira para ser desfrutado pelo paladar do conquistador. Experimentada a flor, os 99% restantes do coco tornam-se (para eles) redundantes e supérfluos. 

O conquistador é um vampiro que não se alimenta de sangue, mas de ineditismo. Sua vida é uma busca incessante de novos amores, não por serem amores, mas por serem novos.






0841) “Dossiê H” e a poesia homérica (26.11.2005)





Para os que se interessam pela Literatura Oral e pela cultura popular, recomendo o saboroso livro de Ismail Kadaré, Dossiê H (Companhia das Letras, 2001, traduzido do albanês por Bernardo Joffily). 

Kadaré escreveu, entre outras obras, o romance em que se baseou o filme Abril Despedaçado, de Walter Salles. 

Em Dossiê H, ele mostra dois folcloristas irlandeses que partem para a Albânia para registrar os longos poemas épicos que os rapsodos de regiões montanhosas passam de geração em geração, por transmissão oral. Os dois folcloristas estão interessados em reconstituir como a poesia oral da Grécia dos tempos homéricos acabou se aglutinando na forma da Ilíada e da Odisséia, e descobrem que a Albânia é o único país onde existe um fenômeno cultural semelhante.

É um romance curto (166 páginas), com algumas subtramas engraçadas que lhe dão sabor; o que mais me ficou na memória foi a descrição das regiões montanhosas da Albânia, que décadas de comunismo e burocracia estatal conseguiram manter cuidadosamente preservadas de qualquer tipo de progresso ou influência cultural externa. 

(Está aí um bom argumento, talvez o único, em favor das ditaduras e das oligarquias: elas imobilizam o Tempo em seu próprio país, o qual logo se transforma num museu de coisas que já desapareceram no resto do mundo.)

Max Roth e Willy Norton, os folcloristas, começam a encontrar rapsodos ambulantes nas estalagens das montanhas e a gravar seus enormes poemas. Eles se perguntam: “Quantos versos um rapsodo consegue saber de cor? Alguns falam em seis mil, outros em oito mil e até doze mil versos”. 

Existe um componente étnico muito forte nessa tradição; os sérvios (que são de raça eslava) competem ferozmente com os albaneses. 

“Durante mais de mil anos, albaneses e eslavos haviam se entrematado interminavelmente naquelas terras. Batiam-se por qualquer coisa: terras, fronteiras, pastagens, água; não seria de espantar se combatessem pelas estrelas do céu. E como se isso não bastasse, disputavam também a antiga epopéia, que, para completar a tragédia, florescia nas duas línguas, albanês e servo-croata. Cada povo teimava em se proclamar o criador da epopéia, reduzindo o outro à condição de ladrão, ou, na melhor das hipóteses, imitador”.

Parece o Nordeste, hem? Parece mais ainda na cena em que eles gravam sua primeira cantoria e o tocador de “lahute” (espécie de alaúde) bota o dedo no ouvido ao começar a cantar: “a necessidade de tapar um ouvido durante a apresentação se liga à transformação da voz do rapsodo, de ‘voz do peito’ em ‘voz da cabeça’, e à necessidade de manter o equilíbrio em face da vertigem que a cantiga provoca”. 

Parece com nossos velhos aboiadores nas vaquejadas, tapando o ouvido e largando o vozeirão mundo afora. Vozes que ressoam aqui e na Albânia, e em tantos lugares que ainda mantêm uma ligação telepática com a Grécia de Homero.





0840) Canções de alegria de viver (25.11.2005)





(Matisse: "A Alegria de Viver")

Falei dias atrás que as canções de depressão constituem um gênero da música popular; é óbvio que deve existir, e existe, o seu oposto simétrico, as “Canções de Alegria de Viver”. Canções em que letra e música se apóiam mutuamente para nos transmitir esta adrenalina indispensável à vida humana. 

Como não se sentir reconciliado com o mundo quando escutamos “Alegria Alegria” de Caetano Veloso, mesmo tendo ela sido utilizada como abertura de minissérie da Globo, e tocado até fazer um calo em nossa memória? Não importa: ela registra aqueles momentos mágicos em que um indivíduo sai de rua afora, “nada no bolso ou nas mãos”, embebido da pura e simples alegria de Ser e de Estar.

"Alegria, Alegria" ao vivo, no Festival da Record (1967):
https://www.youtube.com/watch?v=wWhnq5YcBfk


Parte do encanto da música pop se faz de canções aparentemente bobas e superficiais, mas que pela alquimia dos verbos e dos sons conseguem encapsular os momentos ensolarados da vida: “Feelin’ Groovy” de Paul Simon, “Brown-Eyed Girl” de Van Morrison, “Daydream” do Lovin’ Spoonful, “Good Day Sunshine” dos Beatles... 

Simon & Garfunkel, "Feelin'  Groovy":
https://www.youtube.com/watch?v=NvlW4bEjB5A

Van Morrison, "Brown Eyed Girl":
https://www.youtube.com/watch?v=UfmkgQRmmeE

Lovin Spoonful, "Daydream":
https://www.youtube.com/watch?v=M7u5SdjDSQQ

Paul McCartney, "Good day, sunshine":
https://www.youtube.com/watch?v=rFxXoHkIwMk


O que faz o encanto destas músicas? Talvez o timbre claro das guitarras, uma cadência meio lânguida aqui, meio saltitante acolá, comunicando um prazer de quem anda rápido sem pressa; as vozes traçando melodias que espontaneamente temos vontade de cantar junto... 

São meras musiquinhas, nenhuma Obra de Arte do Cânone Ocidental, mas trazem aquele abençoado poder de nos fazer emergir, numa manhã depressiva, das nuvens soturnas do mau-humor e dentro de meio minuto estar assobiando, tamborilando na mesa, achando bom estar vivo.

Há diferentes formas de alegria; há alegrias mais sérias e reflexivas, como a que nos traz a grande canção de Violeta Parra, “Gracias a La Vida”, que me evoca a imagem de alguém num terraço, ao entardecer, vendo o sol se pôr, e dando um balanço nas coisas boas que há para lembrar. 

Ou a beleza da “Manhã de Carnaval” de Luís Bonfá e Antonio Maria, melodia e letra entrelaçadas na criação de um clima de quem acorda e já abre os olhos feliz da vida, inundado de paz e de expectativa pelo dia que começa: “Manhã, tão bonita manhã... Na vida uma nova canção...” 

E, num clima muito semelhante, a irretocável “Estrada do Sol” de Tom Jobim e Dolores Duran: “É de manhã, vem o sol, mas os pingos da chuva que ontem caiu ainda estão a brilhar, ainda estão a dançar, ao vento alegre que me traz esta canção...”

Mercedes Sosa, "Gracias a la vida":
https://www.youtube.com/watch?v=WyOJ-A5iv5I

João Gilberto, "Manhã de Carnaval":
https://www.youtube.com/watch?v=JKX2VSMj-zs

Elis Regina & Gal Costa, "Estrada do Sol":
https://www.youtube.com/watch?v=Clxr8rH1FAs



Será este um gênero legítimo da música popular? 

Para os poetas, sim, porque certos momentos que pedem expressão estética se afirmam primeiro como um sentimento-de-vida geral, total, e é irrelevante se irão se transformar numa valsa ou num reggae ou sei lá em quê. 

Quando um letrista se senta à janela para escrever uma letra, em geral está se lixando para ritmos e arranjos. É a luz de um momento que ele está querendo captar, e sorte dele se depois encontrar um músico que, lendo seus versos, encontre uma melodia, uma harmonia e um ritmo que pareçam estar sentindo e dizendo a mesma coisa.





0839) A arte da dupla leitura (24.11.2005)




A Disneylândia de Hong Kong foi inaugurada, e é curioso ver os relatos sobre as adaptações feitas no projeto básico para adequá-lo aos costumes chineses. Uma das principais influências é a desse tal de “Feng Shui”, que eu pensava que era uma invenção da Zona Sul carioca, mas não, existe lá na China também. 

O parque inteiro foi planejado para atender a essa arte de orientação espacial das instalações, assegurando o fluxo livre de energias positivas, As alamedas, por exemplo, são curvas, em vez de retas; as montanhas ladeiam o parque, cuja entrada fica virada na direção do mar. O fato de haver uma pequena ilha no oceano em frente é considerado positivo. Os chineses não gostam de vastas extensões contínuas de água. Para eles, mar sem ilhas é como céu sem estrelas.

O mais interessante são as aliterações verbais que dão boa sorte. O restaurante do hotel do parque tem 2.238 lótus de cristal em sua decoração. Por que um número tão exato? Porque o número 2.238 em chinês soa parecido com a frase “riqueza com facilidade”. 

O hotel, por outro lado, não tem o quarto andar (como muitos outros prédios na China), porque a palavra “quatro” soa parecido com a palavra “morte”. Nas lojas de souvenir não se acham relógios; é um presente pouco usado na China, porque em chinês a frase “dar um relógio” soa parecido com “ir a um enterro”.

Não vamos mangar deles – afinal, em nossa própria cultura o número 24 sugere que um sujeito é homossexual, o número 171 no Rio é sinônimo de desonestidade, e o número 13 costuma dar azar (principalmente a quem se veste de preto e vermelho). 

O mais interessante é essa superstição baseada na semelhança fonética das palavras. A língua chinesa é tremendamente monossilábica, e depende muito do modo de pronunciar. Um trechinho como, sei lá, “chuan cheng djun kai” pode significar “Ó minha Amada, teus olhos parecem dois lótus ao luar do verão” mas com mudança de entonação (“tchuan tchen joon kiai”) pode querer dizer “Eita, chegou a conta do meu celular”.

O escritor de ficção científica Cordwainer Smith, criado na China, foi conselheiro militar americano na Guerra da Coréia. Era difícil conseguir fazer com que soldados chineses se rendessem, porque a rendição era considerada uma desonra. Smith espalhou milhares de panfletos pedindo aos chineses que, ao se entregar, gritassem para os americanos as palavras chinesas “amor”, “dever”, “humanidade” e “virtude”, que, pronunciadas em conjunto, soam como as palavras inglesas “I surrender” (“Eu me rendo”). 

Uma bela utilização da ambigüidade fonética, sons quase iguais com significados completamente diferentes. Smith considerava este o ato mais importante de sua biografia (salvou centenas de vidas), e seus belos contos de FC são cheios de personagens e lugares com nomes poéticos, às vezes com um toque oriental: Alpha Ralpha Boulevard, Lady C’Mell, Clown Town, Lord Jestocost, Lord William Not-from-here, Magno Taliano, Dolores Oh.








0838) O Demônio Logrado (23.11.2005)



Andei lendo algumas coletâneas de contos populares do ciclo chamado de “Demônio Logrado”. São todas aquelas histórias em que um indivíduo faz um pacto qualquer com o Diabo, oferecendo sua alma em troca de um benefício qualquer, e depois o Diabo aparece para cobrar o prometido. O sujeito (geralmente com a ajuda da esposa) acaba inventando um estratagema para se ver livre do Tinhoso. É um tema comum a todos os folclores, de todas as épocas.

Alguns episódios foram recontados por Altimar Pimentel numa entrevista recente à revista Preá (de Natal). Ele diz que a mulher do sujeito consegue estabelecer com o Diabo um acordo: se ela pedir uma coisa e o Diabo não conseguir executar, o marido tem sua alma de volta. As soluções são várias. Numa delas, a mulher mostra uma lagoa (num dia de sol abrasador) e diz ao Diabo que esvazie a lagoa de todos os sapos que tem ali. E o Diabo se dana a tirar sapo de dentro da lagoa, e os sapos (morrendo de calor) se danam a pular de volta... e aquilo não acaba nunca. Outro estratagema da mulher é soltar um peido e dizer ao Diabo: “Segure isso aí!”

As histórias do Demônio Logrado são uma coisa curiosa. Porque em princípio bastaria ao Diabo recorrer à força bruta ou, por extensão, aos seus poderes sobrenaturais – e tudo estaria resolvido. Ela estalaria os dedos, e a lagoa ficaria esvaziada de todos os sapos, ou então o peido da mulher apareceria preso em sua mão como se fosse uma fumacinha azulada, ou sei lá o que. O Diabo só perde porque aceita as regras de um jogo onde ele forçosamente tem que se nivelar aos mortais, aos humanos. No momento em que ele se nivela, ele se torna igual aos outros, que acabam por se mostrar mais engenhosos do que ele. Quando o campo de batalha não é a força ou o poder sobrenatural, mas a mera engenhosidade, o Diabo não é páreo para a mulher.

Isto me parece uma metáfora da transição entre a Guerra e a Política, ou entre a Violência e a Negociação. A guerra interessa aos povos que são militarmente fortes, e, inversamente, a política interessa aos que são fortes em argumentação, em negociações jurídicas, em Direito Internacional. Os contos do Demônio Logrado servem como advertência aos humanos: “Não lutem com as armas do Demônio, senão vocês estão perdidos; chamem o Demônio para lutar com armas iguais às de vocês”. Mas ao mesmo tempo essas histórias podem servir de alerta ao Demônio, deixando-lhe bem claro que o maior erro que ele pode cometer é abrir mão de seus poderes sobrenaturais. Trazendo isto para o campo da Guerra e da Política, qualquer negociação bem sucedida em que um país militarmente fraco consegue impor seus interesses (geralmente através de uma mediação internacional) a um país militarmente mais forte, serve também de alerta para este último. A Guerra é o momento em que o Diabo resolve usar plenamente seus poderes, em vez de cometer o erro tático de se nivelar aos humanos.

0837) John Fowles (22.11.2005)



Morreu na Inglaterra há alguns dias, aos 79 anos, o romancista John Fowles, que é mais conhecido como autor de O Colecionador (filmado por William Wyler) e A Mulher do Tenente Francês (filmado por Karel Reizs). Na esteira destes dois enormes sucessos, Fowles teve outros livros traduzidos no Brasil: A Torre de Ébano, O Mago. Sua obra é uma curiosa mistura entre o romance vitoriano tradicional e a literatura dos anos 1960, cheia de interferências metalínguísticas e experiências formais.

O Colecionador é seu livro mais famoso e mais acessível. Um sujeito introspectivo e insignificante é apaixonado à distância por uma estudante de Belas Artes, em Londres. “Apaixonado” é um termo elogioso para descrever a obsessão psicótica que ele sente, e que é desencadeada quando ele ganha uma fortuna na Loteria e consegue seqüestrar a moça. O livro começa do ponto de vista dele, e a certa altura se transfere para um diário que ela começa a manter no cativeiro. São dois pontos de vista quase alienígenas: um sujeito desajustado, egoísta e poderoso, e uma mulher encantadora e cheia de vida que se vê totalmente à mercê dele. A tragédia moderna de mundos inconciliáveis em rota de colisão.

A Mulher do Tenente Francês transcorre no século 19, e o protagonista é um rapaz de ótima família britânica, com casamento marcado e tudo, que se apaixona por uma mulher que todos na cidade desprezam, uma mulher que anos atrás foi amante de um soldado francês, o que a faz agora ser considerada uma espécie de pária e prostituta. É a típica história de paixão que não pode dar certo de jeito nenhum, e Fowles oferece ao leitor uma escolha entre três finais diferentes. É um livro brilhante e um tanto cruel, muitíssimo bem escrito.

O Mago se passa numa ilha da Grécia, onde um jovem professor inglês vai morar depois de romper com sua namorada. Ali ele conhece um milionário grego que começa a envolvê-lo num jogo de alucinações, encenando situações absurdas e surrealistas que fazem o protagonista duvidar da própria sanidade mental. Fowles introduziu neste livro o conceito de “godgame”, “o jogo de ser Deus”, em que um indivíduo todo-poderoso dá-se o trabalho de produzir para seu próprio deleite situações mirabolantes envolvendo outras pessoas, fazendo com que suas “vítimas” percam a distinção entre encenação e realidade. Digamos que se trata de imensas “pegadinhas”, minuciosamente planejadas, e executadas a sério.

Mais informações sobre a obra de Fowles podem ser encontradas em seu saite (http://www.fowlesbooks.com/). Ele foi por alguns anos considerado “um dos maiores escritores do mundo”, mas parece que tinha um jeito meio rabugento e não gostava muito de publicidade e badalação. Seus romances são em geral enormes e absorventes: minha edição de The Magus tem 668 páginas, e não era fácil largá-las na hora de ir dormir. Sua literatura é opulenta, precisa, cheia de enorme nitidez descritiva e de incomparáveis ambiguidades.