quarta-feira, 2 de setembro de 2009

1244) Flamengo 4x2 Madureira (9.3.2007)



O Flamengo foi campeão da Taça Guanabara anteontem, derrotando o Madureira nas finais por um placar agregado de 4x2 (0x1 mais 4x1). O segundo jogo não foi tão fácil quanto o placar sugere. Foi um jogo em que o Flamengo durante os primeiros 15 minutos mostrou a raça que deveria ter mostrado durante os 180. Foi para cima, asfixiou o adversário na defesa, fez três gols, mas logo a partida voltou a ser lá-e-cá. O rubronegro cansou no segundo tempo e recuou. O tricolor suburbano foi para cima, mas faltou-lhe maior categoria (e faltaram os dois atacantes que perdeu no primeiro jogo: Marcelo por expulsão e Valdir Papel por contusão grave).

Flamengo e Madureira foram nestes dois jogos (não vi o jogo do turno, em que foi a vez do Madureira de ganhar de 4x1) duas equipes parelhas, niveladas. O que mostra uma bonita ascensão do time suburbano, mas confirma mais uma vez a decadência do futebol carioca. Futebol por futebol, o Madureira é tão bom quanto qualquer outro; tão bom quanto o Volta Redonda foi recentemente, arrancando um vice-campeonato antes de vender o time inteiro e voltar a ser pequeno. O campeonato carioca tem sido emocionante por causa deste nivelamento por baixo, que analisado friamente é uma péssima coisa. Mas se o que o torcedor quer é emoção... Cuidado, lá vem o Madureira!Pobre futebol carioca. Os quatro times grandes (Fla, Flu, Vasco, Botafogo) são todos medíocres. A gente que é torcedor se alegra porque futebol é assim mesmo, basta o time ganhar a gente ri, comemora, fica feliz. Agora, futebol que é bom não se vê aqui há bastante tempo. Nos “quatro grandes” pode haver, no máximo, meia dúzia de jogadores que mereceriam ser titulares de equipes com a tradição que eles têm. (Não me perguntem quais são, porque não consigo pensar em nenhum; só estou dizendo que existem para dar ao Acaso o benefício da dúvida.) Tirando Romário e seu lento final de carreira (ainda penso que ele vai pendurar as chuteiras jogando, merecidamente, no Botafogo), o último craque que eu vi jogar aqui no Rio foi o sérvio Petkovic.
O Flamengo é hoje um clube alquebrado e empobrecido por sucessivas administrações incompetentes ou desonestas. Nestes últimos quinze anos, os diretores rubronegros promoveram verdadeiras orgias de contratações, luvas, salários. Manejavam cifras mirabolantes para atrair as câmaras da TV, as manchetes dos jornais, as capas das revistas. Gastavam como se fossem ditadores africanos explorando minas de ouro, ou xeiques sauditas bêbados jogando em Las Vegas. No banco de reservas do Flamengo via-se uma dúzia de jogadores jovens, presunçosos, que jogavam uma bolinha completamente mais-ou-menos, ganhando salários de 40 ou 50 mil reais. A única coisa positiva que se pode dizer do Flamengo de hoje é que essa bebedeira passou. O time é ruim, é medíocre, dá pro gasto porque os outros também não estão bem, mas pelo menos parece que o endividamento parou de aumentar.

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