Imagine uma pequena barra de ferro imantada. A extremidade “A” é o polo positivo, e a extremidade “B” é o polo negativo. Entre as duas, espalham-se as linhas de força do campo magnético, invisíveis a olho nu, mas cuja presença pode ser percebida se colocarmos a barra embaixo de uma folha de papel e sobre a folha espalharmos uma limalha de ferro bem fininha.
O pozinho metálico irá se organizar ao longo dessas linhas, formando um desenho que a maioria de nós viu nos livros de Ciências do 1º Grau.
Uma experiência interessante é serrar essa barra de ferro ao meio. Nosso primeiro impulso é pensar que isso resultará em duas barras menores, com os polos positivo e negativo ainda situados nas extremidades A e B, e as novas extremidades obtidas no meio sem nenhum polo específico.
Nada disso. No momento em que a barra é dividida em duas, o campo magnético também se divide em dois campos menores. Mágica pura.
É como se rasgássemos ao meio uma nota de 1 real e, em vez de duas metades incompletas, nos víssemos segurando duas notas inteiras de 1 real, com metade do tamanho da nota anterior. E, rasgando cada uma destas, nos víssemos com quatro notas inteiras, cada uma com um quarto do tamanho da nota original.
Os campos magnéticos tendem a se recompor em torno do objeto físico que os sustenta, e isto é uma lei interessante que pode ser transposta, “mutatis mutandis”, para muitos aspectos da vida social.
Em algumas situações os comportamentos humanos tendem a se polarizar em atitudes opostas: comandante e comandado, patrão e escravo, etc. Pensamos que cada indivíduo tem um papel, e só este; mas às vezes ele só está cumprindo este papel para que o polo que ocupa não fique vazio.
Se pegarmos 20 generais e os soltarmos numa ilha deserta, trancarmos num cárcere, em poucos dias irão se definindo entre eles o grupo dos que mandam e o dos que obedecem. Se pegarmos 20 monges budistas e fizermos o mesmo, em breve uns estarão como líderes e os demais como seguidores. Certos papéis sociais são como polos magnéticos: não podem ficar desocupados. Alguém vai ter que fazer aquilo.
A cultura oriental fala em termos de Yang e Yin como as duas forças básicas da natureza física e da natureza humana.
O Yang exprime uma força centrífuga, que se expande de dentro para fora, que incita à ação, à manifestação externa, e que tende a exercer pressão sobre o ambiente em volta.
O Yin exprime uma força centrípeta, que se manifesta de fora para dentro, que incita à reflexão, à transformação interior, e que tende a atrair para si o que está no ambiente em volta.
Qualquer ser vivo, qualquer pessoa, qualquer grupo social possui estas duas forças, assim como cada ímã possui seu polo positivo e seu polo negativo, só que estas forças são muito mais complexas do que o magnetismo físico.
Uma das suas manifestações sociais mais curiosas, por exemplo, é quando Oposição vira Governo e vice-versa.
Teoria de campo de Kurt Lewin
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