Está passando na TV aberta, desde esta semana, o seriado A Química do Mal (TV Record), que nada mais é do que o famoso Breaking Bad que no ano passado encerrou uma carreira vitoriosa de seis temporadas na TV norte-americana. A conquista mais recente foi na entrega dos Globos de Ouro, em que ganhou o prêmio de melhor série dramática, e o ator principal, Bryan Cranston, o de melhor ator.
BB é uma excelente série de TV, e minha única preocupação
é que seus fãs mais entusiasmados fazem um escarcéu tão grande (“A melhor série
de TV de todos os tempos!”, etc.) que o pessoal começa a assistir esperando ver
algo transcendental e se logo se decepciona.
Elogios entusiasmados trabalham contra, muito mais do que se pensa.
Criam uma expectativa fantasiosa, que nunca se realiza. A gente fica esperando algo que vai
transformar nossa vida, alterar todos os nossos parâmetros de qualidade
artística. Aí, vê uma série de TV muito boa... e sai dizendo: “Que série
fraquinha!”.
Não costumo ver séries, de modo que minha avaliação não é
comparativa, falo apenas do impacto pessoal.
É uma série policial, basicamente realista (com alguns momentos de
grotesco e de bizarro, principalmente na primeira metade), cujo enredo é
simples o bastante para manter uma história compacta, coesa, e ao mesmo tempo
permite reviravoltas, pois a história completa da série acontece ao longo de
uns três anos, acho, da vida dos personagens.
Existem transformações notáveis de personalidade, para melhor e para
pior, os atores são bons, inclusive os eventuais. Tem crime, droga, violência, mas é uma série de situações de
suspense, e de longas e sofridas decisões morais, mais do que uma série de
tiroteios. Os tiroteios são poucos e
cirúrgicos. Há muitos crimes cruéis, alguns deles menos por sadismo do que por
incompetência do assassino.