Um título assim é muito sugestivo para uma comédia de
terror, mas a história por trás dele, além de real, é muito pouco cômica.
“Zombie Executives” é o termo que está sendo adotado nos EUA para designar
CEOs, diretores, etc. de empresas que, mesmo quando a empresa vai mal, não
podem ser demitidos.
Numa empresa que tem acionistas, estes votam periodicamente
para os cargos de direção e, se o desempenho dos atuais diretores é considerado
insatisfatório, eles são substituídos. Afinal, é o dinheiro dos acionistas que
eles estão administrando. Ou seja: as empresas funcionam mais ou menos como as
repúblicas democráticas dizem funcionar. Votamos em prefeitos, governadores, presidentes,
etc., e quando achamos que uma determinada equipe não está cuidando bem das
coisas, votamos em seus adversários.
Mas no mundo corporativo norte-americano o bicho está
pegando. Numa matéria no “NY Times” (http://nyti.ms/1102n32)
James B. Stewart diz conhecer pelo menos 41 casos em que os diretores perderam
direito ao cargo por ter recebido menos de 50% dos votos de confiança dos
acionistas, mas que mesmo, assim continuam a exercê-los, baseados em firulas legais.
Uma delas é o uso do chamado “sistema de pluralidade”, em que os diretores
concorrem sem oposição e basta terem um voto para serem eleitos. Em outros
casos, como na Iris International (empresa da área médica, na Califórnia) os
acionistas rejeitaram todos os 9 diretores numa votação em maio de 2011. Os
diretores renunciaram coletivamente aos seus cargos e ao mesmo tempo rejeitaram
essa renúncia; e continuaram à frente da empresa.
Stewart dá
nomes a muitas delas: Loral Space & Communications, Mentor Graphics, Boston
Beer Company, Vornado Realty Trust, Chesapeake Energy, Oklahoma State
University, Union Pacific… Em alguns casos os CEOs tiveram 70% de
rejeição, mas os acionistas – teoricamente os donos da empresa – não conseguem
mandá-los embora.