Não sou de comemorar datas. Nem mesmo meu aniversário eu
comemoro. Prefiro comemorar façanhas: o lançamento de um livro, por exemplo.
Aí, sim tenho a sensação de estar celebrando uma coisa concreta, real, e não
uma simples coincidência aritmética. No presente caso, entretanto, acho que
vale comemorar, porque as duas coisas estão juntas.
Hoje, 23 de março de 2013, completo dez anos como titular
desta coluna no “Jornal da Paraíba”, para onde fui trazido, pela ordem de
conversa, por Rômulo Azevedo, Luiz Carlos de Souza e Guilherme Lima. Orgulho-me
de afirmar que, como bom jornalista, não faltei um dia sequer, e este é o
artigo de número 3.141 (tenho todos devidamente salvos e com back-up). Além do
mais, todos estão disponíveis no meu blog Mundo Fantasmo (http://mundofantasmo.blogspot.com),
onde procuro postá-los diariamente, para quem se interessar. Duas coletâneas
deles já foram publicadas: “A Nuvem de Hoje” (Editora Latus/UEPB, Campina
Grande, 2011) e “A Arte de Olhar Diferente” (Ed. Hedra, São Paulo 2012).
Ao longo deste tempo o jornal passou por algumas reformas
gráficas, e a partir de setembro de 2011 o tamanho máximo da coluna, que era de
3.000 caracteres com espaços, foi reduzido para 2.680. De início chiei, porque para mim é mais fácil
escrever muito do que escrever pouco; mas a gente se acostuma, quando tem que
fazer algo todo dia. O que mais me incomodou foi o limite máximo de 21
caracteres para o título, porque muitas vezes não cabe o nome inteiro do filme
ou do livro que a gente está comentando.
Me perguntam sempre: Como é que você consegue escrever um
artigo por dia? Respondo dizendo que jornal é assim, tem que escrever, esteja
inspirado ou não, esteja com boas idéias ou não. Às vezes a gente passa uma
semana sem idéias, mas escreve. Às vezes tem seis idéias geniais antes do café
da manhã, e nesse caso o melhor que faz é escrever logo todas seis e ficar com
a semana pronta.