(by Alexander Johansson)
Existem dois termos que a imprensa literária usa de modo
intercambiável: “Realismo Mágico” e “Realismo Fantástico”.
Eu acho que os dois exprimem coisas muito diferentes, acho que são usados de maneira irrefletida e confusa, e para aclarar essa confusão proponho a classificação abaixo.
Eu acho que os dois exprimem coisas muito diferentes, acho que são usados de maneira irrefletida e confusa, e para aclarar essa confusão proponho a classificação abaixo.
O “Realismo Mágico” é aquele tipo de narrativa literária em
que uma história aparentemente realista na sua descrição de ambientes e de
personagens inclui também elementos impossíveis de acontecer, mas que obedecem
a uma lógica emocional da própria narrativa.
Exemplos clássicos são Cem anos de solidão (1967) de Garcia Márquez ou Midnight’s Children (1980) de Salman Rushdie.
É um tipo de história característico de culturas em que um verniz europeu (cientificista, cartesiano) se sobrepõe a uma medula indígena ou milenar (dominada pelo pensamento mágico), o que dá origem a essas infiltrações. Predomina na América Latina mas também tem versões próprias nas literaturas orientais: Índia, China, Japão. O romance e o conto (ou seja, as prosas de ficção) são o seu território principal.
Exemplos clássicos são Cem anos de solidão (1967) de Garcia Márquez ou Midnight’s Children (1980) de Salman Rushdie.
É um tipo de história característico de culturas em que um verniz europeu (cientificista, cartesiano) se sobrepõe a uma medula indígena ou milenar (dominada pelo pensamento mágico), o que dá origem a essas infiltrações. Predomina na América Latina mas também tem versões próprias nas literaturas orientais: Índia, China, Japão. O romance e o conto (ou seja, as prosas de ficção) são o seu território principal.
O “Realismo Fantástico” é algo próprio da prosa de
não-ficção: o ensaio (ou pseudo-ensaio), a reportagem especulativa, o
jornalismo investigativo voltado para assuntos misteriosos e controvertidos.
Os melhores exemplos de realismo fantástico são os livros O Despertar dos Mágicos (1960) de Pauwels & Bergier (que usa esse termo em seu subtítulo) e Eram os Deuses Astronautas? (1968) de Erich von Daniken, que têm como precursor ilustre O Livro dos Danados (1919) de Charles Fort e a série Believe it or Not (1919) criada por Robert L. Ripley.
Neste caso, não se trata de romances de ficção, e sim de explorações semi-jornalísticas de fatos inexplicados, curiosos, insólitos, absurdos. Para essas obras, o termo “mágico” não se aplica muito, porque ele não exprime a presença de uma visão mágica do mundo, e sim a mera existência de fenômenos extraordinários que o nosso “realismo” ainda não aceita: extraterrestres, criaturas fantásticas, conspirações, pseudo-ciência, etc.
Os melhores exemplos de realismo fantástico são os livros O Despertar dos Mágicos (1960) de Pauwels & Bergier (que usa esse termo em seu subtítulo) e Eram os Deuses Astronautas? (1968) de Erich von Daniken, que têm como precursor ilustre O Livro dos Danados (1919) de Charles Fort e a série Believe it or Not (1919) criada por Robert L. Ripley.
Neste caso, não se trata de romances de ficção, e sim de explorações semi-jornalísticas de fatos inexplicados, curiosos, insólitos, absurdos. Para essas obras, o termo “mágico” não se aplica muito, porque ele não exprime a presença de uma visão mágica do mundo, e sim a mera existência de fenômenos extraordinários que o nosso “realismo” ainda não aceita: extraterrestres, criaturas fantásticas, conspirações, pseudo-ciência, etc.
O Realismo Mágico conta histórias assumidamente inventadas pelo seu autor, as quais, como toda obra literária, oferecem uma visão pessoal e profunda da condição humana.
O Realismo Fantástico apresenta discussões factuais sobre assuntos controversos, geralmente propondo uma versão um tanto fantasiosa dos fatos, o que bastaria para classificá-lo como uma espécie de “jornalismo imaginativo” ou de “ensaística da imaginação”.
Realismo mágico, Nonsense, Surrealismo, eu acho super interessante quando um texto consegue trabalhar com um dos três citados.
ResponderExcluirLicor de Dente-de-Leão, Ray Bradbury se enquadraria em qual gênero ficcional? O Realismo Fantástico, por exemplo? Porque ele narra fatos aparentemente prosaicos de uma forma fantasiosa. O mundo filtrado pelos olhos de um garoto-ele, Douglas Spalding, no verão 1928, depois de tomar consciência de que ele "estava vivo".
ResponderExcluirO que é bom, pode mandar que eu traço.Eu sou plural.Agora Braulio,vê se tu posta todo dia,que essa crônica eu li ontem.Eu elogio,mas também dou lapada!
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