Foram encontradas estas passagens, entre as anotações do
Budista Tibetano:
“Últimos instantes. Todo mundo se arrumando nas cadeiras,
experimentando o assento. As provas estão empilhadas na mesa. Não posso me
impacientar. É o momento de repassar a
estratégia. Primeira hora, ir de A a Z matando o fácil, o óbvio, ou seja,
resolvendo os cinco ou seis tipos de problemas que eu estudei. E, misturados a
eles, aqueles outros tão idiotas que até eu descubro a resposta. O meu problema
não é nem não saber a resposta, na verdade, porque em geral eu sei, só que não
me ocorre justamente no instante em que me seria mais necessária.
“Depois de uma hora: voltar ao começo. Cuidar daqueles que
requerem releitura cuidadosa. Ver as sutilezas e as armadilhas de
enunciado. Pegar os mais acessíveis e
avançar em sua solução, tentando de verdade ir até o fim. Quando se deparar com um muro total, um
branco total, passar para o próximo. Se ainda tiver um palpite, uma intuição de
que está indo no caminho certo, melhor permanecer, pode ser que depois não
lembre exatamente de tudo que está lembrando agora.
“Com um pouco de sorte, eu diria que estas duas primeiras
passadas já deixariam resolvidos 50% dos problemas. Isso depende, claro. Tem gente que se sente mais à vontade em
raciocínios longos e coordenados, e têm dificuldade em entender problemas de
mais curto alcance. Mas este é o momento, se você é um desses felizardos que se
interessam pela matéria sim, que acham aquilo importante sim, que estão
dispostos a virar umas noites em cima de um livro sim, alguma coisa vocês
acabarão entendendo. Chama-se a isso a Perpetuação da Chama do Saber. O sujeito
é aprovado com louvor em Cabala Tridimensional e diz: “O meu segredo é que eu
gosto do que faço”.
“Se você gosta do que faz, começa aqui a melhor parte da
prova, porque ali está o filé dos problemas complicados – porque exigem
memória, ou cálculo, ou engenhosidade, ou dialética – dos problemas
desafiadores e que serão como uma muralha entre você e seu destino. Os que você
derrubar, passam a fazer parte do seu território. Os que o fizerem tombar a
cabeça exausto e adormecer, são os que dizem: “Não Trespasse”.
Ih, a própria definição de espécie biológica já é problemática, e não há consenso com relação à sua validade... iludiu-se talvez Todorov, pois no domínio da Ciência tudo muda o tempo todo, e um simples exemplar pode acabar com uma singela espécie inteira!! O negócio é relaxar e não tentar rotular tudo, inclusive e principalmente obras de Arte!! Poderíamos dizer que existe o domínio do Cordel, com uma gama de possibilidades tão ampla quanto à do próprio domínio das Artes!!? :D
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