Não,
amigos, eu não acompanho a novela Avenida Brasil. Aliás, faz anos que a única
novela que acompanho é o Campeonato Brasileiro, onde também há heróis e vilões,
suspenses e reviravoltas, tragédias e farsas, inícios empolgantes, barrigas
intermináveis e nem sempre um final feliz. Mesmo assim, sou um admirador do
gênero telenovelesco, ao contrário do que geralmente se pensa dos intelectuais.
Gosto de futebol, cordel, forró, pulp fiction, de tudo que é popularesco; como
não gostarei de telenovela? A diferença, acho, é que eu não gosto de qualquer
telenovela, só gosto das que prestam.
Li
comentários recentes de outros jornalistas, como Maria do Rosário Caetano, em
seu Almanakito eletrônico, que disse dias atrás: “Que mal o ‘esticamento’ de
Avenida Brasil está fazendo a esta telenovela, heim??? Sem assunto e sem
poder resolver a trama, João E. Carneiro está cometendo terríveis atentados à
verossimilhança e enchendo linguiça até mais não poder! Quem ainda aguenta as
caretas e esgares da Carminha? E o chove não-molha do casal Caruso-Giardini? E
Cadinho e suas três mulheres (aliás, este sempre foi um dos pontos fracos da
novela, porque caricato demais!!!)”.
E
ela cita Zuenir Ventura, que comentou, aludindo à cena do dinheiro roubado a
Nina após sair do banco: “Nina, moça viajada, é, na verdade uma tonta, ou pensa
que a gente é. Além de desconhecer a existência de cheque e transferências
bancárias, não sabe que os bancos possuem cofres para guardar em segurança
as fotos que fez de Max e Carminha se beijando e escondeu na casa dos
outros".