(Metropolis, de Fritz Lang)
A escolha do nome Gotham City para batizar a cidade onde
atua o Batman tem implicações interessantes. Este apelido foi dado à cidade de
Nova York desde muito tempo atrás. Em 1807, Washington Irving (o autor de
clássicos do fantástico como “Sleepy Hollow” e “Rip Van Winkle”, ambos de 1820)
usou este nome para se referir a Nova York em seu jornal satírico Salmagundi. O nome pegou, e quando foi
criada a série de quadrinhos do Batman escrita por Bob Kane, em 1939, já era um
apelido popular entre os habitantes da cidade.
O nome original vem de um vilarejo na Inglaterra cujos
habitantes tinham a fama de ser um pouco malucos. Conta-se que o Rei da Inglaterra quis certa
vez atravessar o povoado durante uma caçada e a população quis botar terra nesse
projeto. Na tradição da época, qualquer
lugar por onde passasse o Rei tornava-se uma estrada pública, e o pessoal
queria evitar um aumento de trânsito. A
solução deles foi fazerem-se de doidos. Quando os emissários do rei chegaram
lá, viram um deles tentando afogar uma enguia num balde de água e outro
tentando construir uma cerca em torno de um pássaro para que ele não fugisse. O
Rei achou mais prudente desviar o trajeto.
A lenda prosperou e já no século 16 existia um folheto de
cordel (“chapbook”) intitulado Merry Tales of the Mad Men of Gotham,
“histórias divertidas do povo maluco de Gotham”, com versinhos tipo: “Three
wise men of Gotham / went to sea in a bowl / and if the bowl had been stronger
/ my song would have been longer” (“Três sábios de Gotham / puseram-se ao mar
num barco / e se o barco fosse mais resistente / minha canção seria mais
longa”). Esse folheto ajudou a propagar a lenda sobre o desequilíbrio mental e
a excentricidade dos habitantes de Gotham.