Artigos de Braulio Tavares em sua coluna diária no "Jornal da Paraíba" (Campina Grande-PB), desde o 0001 (23 de março de 2003) até o 4098 (10 de abril de 2016). Do 4099 em diante, os textos estão sendo publicados apenas neste blog, devido ao fim da publicação do jornal impresso.
sábado, 18 de fevereiro de 2012
2796) Dicionário Aldebarã III (18.2.2012)
O planeta de Aldebarã-5 tem uma civilização influenciada pelos colonizadores terrestres. Seu vocabulário exprime as características da natureza do planeta, e o seu modo de observar os fenômenos da psicologia e da cultura. Os verbetes abaixo foram recolhidos do Pequeno Dicionário Interplanetário de Bolso.
“Ansins”: aqueles dias em que, sem motivo aparente, a casa de uma pessoa é visitada sucessivamente por dezenas de amigos e conhecidos que passam algum tempo e vão embora, dando lugar a novos visitantes.
“Temions”: painéis refletores que se usam nas cidades de Aldebarã para projetar a luz solar em recantos das ruas, das casas, etc. onde ela não bate ao longo do dia.
“Riggim”: a sensação de embriaguez causada por uma refeição qualquer ao fim de um jejum prolongado.
“Siltins”: as imitações, cada vez mais diluídas, de algo que teve importância ou fez sucesso no passado.
“Yok-Dangs”: animais domésticos que alguns aldebarãs mantêm em casa para encher de cuidados e de carinhos. “Yok-Wimps”: animais domésticos que alguns aldebarãs mantêm em casa para encher de serviços pesados e maus-tratos.
“Hayands”: pequenas rolhas aromáticas que os aldebarãs colocam nas garrafas de bebida depois de abertas, proporcionando degustação mais sutil e variada das bebidas ali contidas.
“Bezzkoms”: poemas tradicionais em que a primeira palavra de cada linha deve começar pela mesma letra inicial da última palavra da linha anterior.
“Luinn”: o ruído musical que faz uma bacia ou vasilha metálica ao ser retirada de dentro dágua.
“Angrum”: a surpresa que temos ao encontrar por acaso uma pessoa que pensávamos já estar morta.
“Miklon-Lu”: espécie de louça, fabricada a partir da porcelana e da celulose, que é praticamente inquebrável e não faz ruído ao ser manuseada.
“Amdrupp”: roldanas artesanais, com cordas bem finas, que correm horizontal e verticalmente na parede externa dos edifícios, e servem para os vizinhos trocarem recados e pequenos objetos apenas indo à janela.
“Zendel”: a surpresa que temos ao perceber que duas pessoas de quem ouvíamos falar são na realidade uma só.
“Flinken-dy”: os ruídos confusos de gritos, vozes e outros barulhos que nos fazem perceber que alguma coisa anormal está acontecendo num lugar que não podemos ver.
“Liumphs”: conchas acústicas desmontáveis que os poetas ambulantes afixam às costas quando cantam ao ar livre.
“Allybess”: aves criadas no cativeiro e que, mesmo soltas da gaiola depois de grandes, só conseguem voar nas vizinhanças da casa onde cresceram.
“Colludrys”: combinação de alimentos inofensivos mas que, consumidos juntos, podem se tornar um veneno mortal.
Achei muito bom o seu blog, Braulio!
ResponderExcluirAcho que vai gostar do meu site!
poetadapaulista.com.br
parabéns novamente pelos artigos
grande abraço
“Luinn”: o ruído musical que faz uma bacia ou vasilha metálica ao ser retirada de dentro dágua.
ResponderExcluirEssa onomatopeia é bem nostálgica. Enche de prazer só de pensar nela.
Em tempo: se os Yok-Dangs enchemos de carinho, e os Yok-Wimps enchemos de maus-tratos, que nomes damos aos que matamos e comemos?