Artigos de Braulio Tavares em sua coluna diária no "Jornal da Paraíba" (Campina Grande-PB), desde o 0001 (23 de março de 2003) até o 4098 (10 de abril de 2016). Do 4099 em diante, os textos estão sendo publicados apenas neste blog, devido ao fim da publicação do jornal impresso.
domingo, 31 de julho de 2011
2623) Dicionário Aldebarã (31.7.2011)
A civilização humanóide de Aldebarã-5 possui uma complexa civilização muito influenciada pelos colonizadores terrestres. Seu vocabulário exprime as características da natureza de seu planeta, e o seu modo de observar os fenômenos da psicologia e da cultura. Confiram os verbetes abaixo, recolhidos, meio ao acaso, do Pequeno Dicionário Interplanetário de Bolso.
“Espyrygh”: a sensação repentina que experimentamos quando abrimos uma porta num corredor, ou na casa de alguém, e constatamos que era a porta errada.
“Sassdikl”: pequenas caixas metálicas colocadas nas esquinas, nas quais os transeuntes depositam esmolas e os mendigos retiram a quantia que estão necessitando no momento.
“Chiskortin”: conspiração ou golpe vigarista em que duas pessoas fingem não se conhecer para criar uma situação em que possam abusar da credulidade de uma terceira.
“Lumbanq”: pequeno roedor silvestre que os aldebarãs alimentam com ervas variadas e amarram a uma árvore, cujo tronco ele esculpe com os dentes, em arabescos muito apreciados pelo mercado de artesanato local.
“Endobs”: verrugas de pele que costumam inchar e ficar doloridas quando um aldebarã se aproxima de um local onde pode correr risco de sofrer um acidente grave.
“Nulti-nulti”: jogo em que cada participante põe numa lata um número qualquer de pedrinhas e tira outro número, e no final ganha quem adivinhar quantas pedrinhas restaram.
“Nhiabra”: espécie de talher que consiste em duas colheres justapostas, com o qual se aperta a comida, transformando-a num pequeno bolo compacto e misturado.
“Irnizz”: sentimento muito presente em membros de uma mesma família, que sabem não ter nenhum motivo concreto para não aguentar a presença constante dos parentes, mas não aguentam mesmo assim.
“Lobiond”: lençóis de cama recobertos por uma fina camada de âmbar, que produzem leves choques de eletricidade estática, muito apreciados pelos aldebarãs.
“Malôzis”: um tipo de pregação moral-religiosa dos sacerdotes aldebarãs que só se encerra quando todos os membros presentes da congregação mergulham em sono profundo, o que é considerado um contato com o Criador.
“Estlands”: pessoas que se conhecem apenas de vista e se cumprimentam, mas nada sabem sobre a outra e durante a vida inteira fazem conjeturas baseadas na mudança de roupas, de aparência, de atitudes, etc.
“Ostengy”: nome genérico para o hábito aldebarã de determinar de forma rígida e obrigatória o cardápio de alimentação das pessoas de acordo com sua faixa etária, punindo severamente os transgressores.
“Sflars”: conjunto de máscaras cerimoniais superpostas que o casal de noivos coloca na véspera do casamento e vai retirando sucessivamente ao longo da cerimônia, da festa e da noite de núpcias.
“Ollionys”: pequenos brinquedos que os fabricantes colocam dentro dos sabonetes para que as crianças os encontrem ao tomar banho.
“Gertiklans”: a irritação irracional que sentimos quando uma máquina não obedece nossos comandos.