Artigos de Braulio Tavares em sua coluna diária no "Jornal da Paraíba" (Campina Grande-PB), desde o 0001 (23 de março de 2003) até o 4098 (10 de abril de 2016). Do 4099 em diante, os textos estão sendo publicados apenas neste blog, devido ao fim da publicação do jornal impresso.
quinta-feira, 17 de junho de 2010
2159) Contracapa de pdf (7.2.2010)
(www.stephen.com)
& era tipo um circo sem operários, onde o mágico armava a lona sozinho & as próximas próteses no corpo humano serão interruptores, botões de controle, teclas de função & um ciclope andando de monociclo & um milionário que vive num verão permanente, viajando em torno do planeta e seguindo o sol por onde ele vai & de repente, houve uma explosão e ele foi arremessado ao A & tamarindo de azedo atenuado, procurando a doçura sem saber & pterodáctilos datilografando relatórios ambientais sob uma chuva de meteoros & o tempo é uma via de mão dupla em que uma é inacessível à outra & não desanime, pense sempre que podia estar doendo o dobro disso & eu sou do tipo que acorda porque é obrigado, e vai dormir sempre a contragosto & as palavras são uma membrana que a mente produz para recobrir e isolar um troço que tá incomodando & um saci-pererê na corda-bamba & ler ouvindo música é como tomar banho de piscina embaixo de chuva & para alguns, Moby Dick não passa de um submarino biológico pilotado por golfinhos inteligentes & é calendário no outono, tudo resseca, tudo cai & democracia é ter o direito constitucional de escolher o maganão que vai ao regabofe palaciano fartar o pandulho às custas dos papalvos & você não sabe da maior: você não faz a menor idéia & de nada adianta resolver um mistério deixando um problema em seu lugar & mais fácil do que fazer levitar o Pentágono é fazê-lo vir abaixo com uma bela duma bomba & o beisebol é um esporte aparentemente idiota praticado por homens aparentemente normais & um cemitério cujos túmulos têm fotocélulas acionadas pelo luar & dois escravos acorrentados um ao outro que em dias alternados têm direito a ser o patrão & o mundo é um jardim e quando Deus acha bonita uma flor é melhor que ela saia correndo, rapidinho & toda sextilha é um hexagrama de linhas fortes e linhas fracas & quem se sente prisioneiro do Destino pede socorro ao Acaso, e vice-versa & milagres são interferências metalinguísticas em que Deus conserta seus erros de plot & piercings utilitários com termômetro, tipo sanguíneo, bússola & uma Mega-Sena que sorteasse palavras aleatórias, ao invés de números & na vida, como no céu, aurora e crepúsculo são mais interessantes do que o meio-dia & seis esqueletos de piratas tentando arrombar um baú & cachorros cyborgs perseguindo gatos mutantes que perseguem ratos holográficos & falar somente a mentira é tão impossível quanto falar somente a verdade & víveres, armas, munições, água, equipamentos, e a certeza horrível de ter esquecido alguma coisa & rapaz, eu tô dando esmola e pedindo o troco & um tsunami tão forte que não deixou uma letra sequer no mapa & só conheci meus pais quando criei meus filhos & o vento desarrumando os teus cabelos, o vento amarfanhando o meu jornal, o vento levando embora nosso dinheiro deixado para o garçon, e virá um dia em que teremos saudade até do vento &
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