terça-feira, 19 de maio de 2009

1037) Chega de Copa (13.7.2006)



Vocês já devem estar arripunando Copa, depois de um mês inteiro de jogos e comentários. Eu também não agüento mais. Publiquei nos últimos dias algumas de minhas anotações feitas durante os jogos, mas prometo só voltar ao assunto quando Cafu se aposentar. É grande a vontade de escrever sobre a cabeçada de Zidane, mas vou deixar para fazê-lo depois que eu esfriar minha própria cabeça. (Em Campina já circulava uma piada: na segunda-feira Ronaldo Fenômeno telefonou para seu colega do Real Madrid e perguntou: “Pô, Zidane, que coisa, por que tu fez aquilo, cara?” E o argelino: “Tive uma convulsão”.)

Uma das poucas vozes sensatas que ouvi foi no saite “Idea A Day”, “uma idéia por dia”, onde um leitor disfarçado sob o sutil pseudônimo de Enadiz Enideniz sugeriu: “Poderia ser criada uma regra segundo a qual, se o jogo final da Copa do Mundo terminasse empatado, o vencedor seria o time que tivesse menos cartões durante a partida. Se houvesse empate, venceria o time que tivesse melhor índice de cartões durante o Torneio. Só haveria prorrogação se este índice também terminasse empatado”. No caso da decisão Itália 1x1 França, por exemplo, os italianos tiveram apenas um cartão amarelo, enquanto os franceses tiveram três amarelos e um vermelho para Zidane.

Vou além e sugiro que esse desempate pelo índice acumulado de cartões amarelos e vermelhos poderia ser estendido retroativamente a toda a fase eliminatória, que, pelo regulamento, faz parte oficial da Copa (a Seleção da casa, que não disputa eliminatórias, concorreria com seu índice da última eliminatória disputada). Aqui no Brasil já se usou esse critério disciplinar como desempate, não lembro se num Torneio Rio-São Paulo ou em algum campeonato regional. Seria justo ver um time jogar pelo empate na final da Copa pelo simples fato de ter um índice disciplinar melhor.

Foi uma Copa sem muito brilho, sem nenhum Grande Jogo. Teve alguns jogos emocionantes. mais pela dramaticidade do que pela técnica: Portugal 1x0 Holanda, Itália 2x0 Alemanha. Teve algumas belas exibições de um time só: Argentina 6x0 Sérvia-Montenegro, Espanha 4x0 Ucrânia. Mas não teve nenhum jogo de altíssimo nível. Em matéria de técnica, a Liga dos Campeões da Europa ganhou disparado.

Escrevi em 7.9.2003 (“A Copa do Mundo é nossa”): “Hoje o Brasil começa uma caminhada rumo ao altar dos sacrifícios. Nenhuma força política, econômica ou futebolística da Europa permitirá que em 2006 cheguemos aos seis títulos, deixando Itália e Alemanha nos três atuais.” Escrevi em 10.9.2005 (“Cheiro de 82”): “O Brasil tem sem dúvida uma equipe magnífica: ganhou com brilho a Copa América e a Copa das Confederações. Mas está, perigosamente, atingindo seu ponto máximo um ano antes da verdadeira disputa – justamente o que aconteceu com a Argentina na última Copa, que era um time assombroso em 2001 e pagou um mico histórico um ano depois”. O Anjo da Boca Torta disse amém. Até 2010!

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