Dando continuidade à série “As Besteiras Mais Originais da Internet”, apresento aos caros leitores o saite “O Relógio Humano”, uma divertida falta-de-ocupação criada por um americano chamado Daniel Craig Giffen, de Portland (Oregon). Craig, como ele gosta de ser chamado, teve a idéia de criar um relógio visual que mostrasse a hora atual, de minuto a minuto. Sua primeira providência foi calcular de quantas imagens iria precisar para mostrar todos os minutos de um dia: o resultado obtido foi 1.440. A tarefa, portanto, era criar imagens que mostrassem a hora em formato digital, em minutos sucessivos: 12:00, 12:01, 12:02, 12:03 e assim por diante.
As primeiras imagens do Relógio Humano foram feitas com o próprio Craig, seus amigos e parentes (além de alguns transeuntes pegados na rua) segurando uma folha de papelão com uns algarismos desenhados a mão e colados com fita adesiva. Mais mambembe, impossível. Essas fotos digitais ficaram arquivadas no saite e foram sendo colocadas no ar de 60 em 60 segundos. Com o passar do tempo, o próprio Craig começou a fazer fotos mais caprichadas para mostrar as horas, e começou a receber colaborações do mundo inteiro.
O requisito para enviar uma colaboração para o Relógio Humano é, basicamente, enviar uma foto digital onde apareça o número com a hora que se quer mostrar, de forma clara. Não adianta seguir a lei do menor esforço: o saite rejeita fotos onde o sujeito se limita a aparecer ao lado do monitor onde aparecem os algarismos em corpo 72. Fotos tiradas ao ar livre, fotos mostrando paisagens típicas (há várias do Brasil), fotos onde os números sejam mostrados de maneira original... estas têm a preferência.
Para que serve isso? Bem, eu pelo menos uso como o meu relógio pessoal enquanto trabalho. Abro uma janela do Internet Explorer com a imagem do Relógio Humano (cujo endereço, a propósito, é: http://www.humanclock.com/ ) e deixo ali. Toda vez que quero saber as horas, dou um Alt+Tab, e olho na janela. Tem as coisas mais inesperadas. Agora mesmo, por exemplo, é 1:35 da manhã, e a foto que aparece na tela é de um casal de Derbyshire (Inglaterra), deitado na cama (de pijama e camisola, ao que tudo indica) segurando folhas de papel com os números rabiscados à mão. Agora é 1:36: aparecem uns caras meio dark, de camisa preta e cabelo pintado, segurando algarismos em estilo gótico e bebendo cerveja; a foto é de Pittsburgh (Pensilvânia). Algumas horas têm até 10 fotos diferentes. Algumas são bem criativas: as horas são criadas com os dedos, ou com biscoitos sobre uma mesa, ou com o número de uma casa, ou com objetos que parecem algarismos... Há fotos de inúmeros países, fotos com crianças, com animais, grupos de amigos dançando... O Relógio Humano de Craig Giffen acabou se transformando num mostruário informal de gente distante dando um alô para pessoas que não conhece. Agora, uma moça mostra os pulsos atados com uma fita adesiva onde se lê: “I love you – 1:42”.
Olá, Braulio.
ResponderExcluirSou um admirador do seu trabalho há longos anos, e sempre acompanhava suas brilhantes palestras e mesas-redondas no Encontro da Nova Consciência. Muito me admira sua capacidade de discorrer sobre assuntos tão absurdamente variados, como hai-kai, ateísmo ou literatura fantástica (para exemplificar palestras que freqüentei).
Imagine que eu encontrei seu blog pelo Google, completamente por acaso.
Com sua permissão, darei uma lida nos textos por aqui e tentarei me tornar um freqüentador.
Começando com este, cuja indicação eu achei deveras interessante. Desde já adicionei o Relógio Humano aos favoritos e estou com ele aberto aqui, vendo as horas de vez em quando.
Discorrer sobre assuntos absurdamente variados é algo que se aprende em redação de jornal, onde entrei com 15 anos. Ler sobre cada assunto também ajuda... :-)
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