1 – Os Quatro Prisioneiros
Este é o nome, inadequado, mas que acabou “pegando”, dado ao caso misterioso de quatro homens encontrados mortos numa cova rasa em Wilmington Island (Georgia) em 1994. Os quatro (que nunca foram identificados) eram brancos, idades aproximadamente entre 25 e 60 anos, e de acordo com os exames médicos morreram de causas não determinadas e não-violentas. Todos os corpos vestiam apenas calças jeans, de marcas comuns, sem cuecas, camisas, calçados ou alguma outra peça. Dois dos mortos vestiam calças que visivelmente não eram do tamanho adequado. Nenhum documento; o que foi possível reunir de impressões digitais e material de DNA não bateu com nenhum registro estadual ou federal. O nome do caso, dado pela imprensa, deve-se ao fato de que estavam presos uns aos outros, pela cintura, por correntes finas de metal, novas, de um tipo bastante comum para prender animais, cercas, portões, etc. Foram descobertos por um morador local, que estranhou a terra revolvida no meio do mato e ao cavar um pouco, por curiosidade, encontrou um pé humano. A polícia cercou a área e exumou os corpos, que aparentavam ter morrido, todos ao mesmo tempo, há cerca de uma semana. As investigações não revelaram nenhum movimento estranho naquela área (residencial, pacata, de bom nível aquisitivo) nos últimos tempos. O local era oculto por barrancos e árvores. Havia rastos de pneus nas proximidades. De acordo com o Tenente Paulson, da polícia local: “Era como se quatro indivíduos sem registro civil de qualquer espécie estivessem nus, numa prisão ou coisa parecida, tivessem sido vestidos às pressas, acorrentados, levados para ali, e então morressem todos de parada cardíaca e fossem enterrados sem muita preocupação de ocultá-los. Não faz sentido.” O único outro possível indício, igualmente inexplicável, presente no local, foi um monte de exemplares de diferentes jornais, todos do dia presumível do “crime”, das principais cidades norte-americanas, num total de 22 jornais de 14 cidades diferentes, jogados no chão, no meio do mato, a cerca de dez metros da cova rasa.
Outro título dado pela imprensa, desta vez com certa ironia. Em novembro de 2005, em Florianópolis, um cofre com dinheiro, jóias e documentos foi roubado de um escritório de advocacia no centro de Florianópolis. O cofre, um móvel de ferro com mais de 150kg, foi retirado do escritório sem que fossem forçadas a porta da sala interna, onde ele se achava, e a porta que dava para o corredor, sem falar na porta de saída do prédio, onde ficava o escritório, no 4º. andar. O cofre pertencia ao pai de um dos advogados, e estava ali há mais de quarenta anos. O prejuízo foi avaliado na época em mais de 50 mil reais, mas o que intrigou a polícia foi a aparente impossibilidade de retirar um objeto daquelas dimensões sem deixar sinais. A única pista encontrada tornou tudo ainda mais enigmático: uma câmara de segurança registrou, naquela madrugada, a presença do cofre durante cerca de cinco minutos, no corredor, entre a porta do escritório e a escada dos fundos. A certa altura da gravação o cofre aparece de repente, sem a presença de ninguém, e minutos depois desaparece. Para sempre.
Ao longo de três meses, em 2003, apareceram, na cidade de Madrid, cabeças decepadas de diferentes pessoas, descobertas em lugares públicos, e nenhuma delas jamais foi identificada. Pela ordem, foram: cabeça de um homem de cerca de 40 anos, encontrada na lixeira de um super-mercado. Cabeça de uma menina de cinco anos, no pátio dos fundos de um prédio de escritórios. Cabeça de um homem de seus 70 anos, na mala de um carro abandonado na estrada, roubado meses antes. Cabeça de um rapaz de cerca de 18 anos, no estacionamento de um condomínio residencial. Cabeça de uma mulher de 30 anos, no gramado de um clube social. Todos estavam envoltas em panos semelhantes, e foram cortadas de modo semelhante, tudo levando a crer que pela(s) mesma(s) pessoa(s). Exames de DNA, fotografias, nada adiantou para a identificação. Os corpos não foram encontrados. O caso permanece em aberto.
Alguns investigadores consideram apócrifo o livro com este nome, atribuído a um tal I. Zulkov, e publicado em edição pirata em Moscou, em 1973, tendo recebido nos anos seguintes traduções para várias línguas e tornando-se uma espécie de “best-seller cult”. O livro relata a morte misteriosa do cosmonauta Vassili V. Kamonov, em 1965, num voo orbital que aparentemente estava indo bem até que o piloto (sozinho na cápsula) perdeu o contato com a base. Quando a cápsula voltou e foi recolhida no Mar Negro, constatou-se que Kamonov tinha sido morto por um tiro de revólver calibre 38, disparado à queima-roupa, que perfurou o traje espacial e varou seu coração. A arma não foi encontrada na cabine, nem poderia ter sido ejetada da cápsula. Várias teorias fantasiosas foram propostas, mas nenhuma das que aparecerem no livro de Zulkov, ou que foram sugeridas depois, explica satisfatoriamente todos os fatos.
Uma onda de envenenamentos misteriosos percorreu a região da Bavária ao longo de dois anos e meio. Esforços conjuntos de várias forças policiais foram incapazes de descobrir o(s) autor(es) dos crimes ou os motivos por trás deles, sendo que a tese do homicídio aleatório (em que a identidade da vítima não influi) continua sendo aceita. O mais estranho de tudo é que as nove vítimas (quatro delas fatais) eram mulheres chamadas Gertrud, Gertrudes ou Gertrude. Todas foram envenenadas após consumir produtos industrializados: carne em conserva, refrigerante, açúcar, etc., sendo que em cada caso o veneno encontrado nas amostras era de natureza diferente. Em nenhum dos casos houve envenenamento de outra pessoa; a comida ou bebida afetada foi consumida apenas pela vítima. O primeiro caso ocorreu em Augsburg, em maio de 2003, quando Gertrud Kotzwinkler, 41 anos, morreu após consumir uma lata de sardinhas; o último deu-se em Bayreuth, em outubro de 2005, quando Gertrudes Kuttner, 11 anos, ficou gravemente doente após tomar um refrigerante. Após o quinto caso a imprensa insistiu pesadamente na necessidade de precauções por parte das mulheres com esse nome, embora para as autoridades nada garantisse que esse padrão era obrigatório. A onda de se encerrou tão bruscamente quanto começara.