A Teoria dos Jogos é uma das partes mais interessantes da
matemática, até porque em seu estágio básico é de fácil compreensão por
qualquer pessoa capaz de entender as regras do par-ou-ímpar ou do xadrez.
Ela consiste basicamente em examinar, no contexto de um jogo qualquer (uma ação recíproca, disputando objetivos antagônicos, com regras claras e fixas, dependendo de avaliações e decisões), quais as chances de (por exemplo) vitória de A, empate ou vitória de B.
Daí parte-se, é claro, para um enorme barroquismo de hipóteses e cálculos cada vez mais complexos. Em todo caso, da guerra às especulações financeiras, dos esportes à política, me parece que as aplicações práticas são inúmeras e utilíssimas.
Ela consiste basicamente em examinar, no contexto de um jogo qualquer (uma ação recíproca, disputando objetivos antagônicos, com regras claras e fixas, dependendo de avaliações e decisões), quais as chances de (por exemplo) vitória de A, empate ou vitória de B.
Daí parte-se, é claro, para um enorme barroquismo de hipóteses e cálculos cada vez mais complexos. Em todo caso, da guerra às especulações financeiras, dos esportes à política, me parece que as aplicações práticas são inúmeras e utilíssimas.
Existe toda uma formalização lógica para avaliar situações
como conflito de interesses, alianças, relação custo/benefício em diferentes
ações possíveis, gratificação, punição... A Teoria dos Jogos é de certa forma o
folhetim de matemática, o melodrama da lógica, onde se parece lidar com emoções
violentas o tempo inteiro.
A Teoria dos Jogos faz a análise lógica das situações de
conflito. Anatol Rapoport, no entanto, faz esse comentário:
“Inexistem considerações de ordem estratégica numa luta de cães. Este conflito pode ser melhor visualizado como uma sequência de eventos, cada um dos quais deflagra o seguinte.”
Ou seja: quando um conflito humano está açulado a esse ponto, ele está sendo desencadeado por pessoas tão fanaticamente resolutas a não se deixar derrotar que qualquer interpretação lógica de suas ações vai ser em vão.
“Inexistem considerações de ordem estratégica numa luta de cães. Este conflito pode ser melhor visualizado como uma sequência de eventos, cada um dos quais deflagra o seguinte.”
Ou seja: quando um conflito humano está açulado a esse ponto, ele está sendo desencadeado por pessoas tão fanaticamente resolutas a não se deixar derrotar que qualquer interpretação lógica de suas ações vai ser em vão.
Ficam os analistas, em situações assim de pandemônio,
tentando aferir o peso estratégico desta ou daquela ação, mas é como
interpretar como intencional o trajeto errático de um avião recém-alvejado. Uma
tarefa tão sem sentido quanto a de um locutor de futebol tentando transmitir,
como se fosse um jogo, uma batalha campal entre os dois times.
A política em tempos de paz é um jogo, mas ela tem seus
momentos em que ferve até virar luta. Diz Rapoport:
“A motivação de uma luta é a hostilidade. O objetivo é eliminar o oponente, que se afigura como um estímulo nocivo. (...) A inteligência, no sentido da capacidade de calcular, da previsão e comparação de cursos de ação alternativos, não tem a desempenhar, como geralmente não o faz, nenhum papel numa luta.”
“A motivação de uma luta é a hostilidade. O objetivo é eliminar o oponente, que se afigura como um estímulo nocivo. (...) A inteligência, no sentido da capacidade de calcular, da previsão e comparação de cursos de ação alternativos, não tem a desempenhar, como geralmente não o faz, nenhum papel numa luta.”