Em mais uma Copa que não teve uma grande seleção (tipo Brasil em 82 ou Holanda em 74), venceu a mais aplicada e de futebol mais ofensivo, embora com altos e baixos. A Alemanha, merecidamente campeã, teve o melhor ataque, com 18 gols contra 4. A vice-campeã Argentina fez 8 gols contra 4, no total. Fez menos gols na Copa inteira do que a Colômbia fez na fase de grupos (nove).
Valeu a simpatia dos alemães, que estudaram o ambiente e
a população e souberam se cercar de um clima positivo. A Argentina promoveu a
maior invasão de torcedores; foi a seleção que teve mais torcida, se bem que o
Brasil deve ter sido a que teve mais espectadores-a-favor. A Holanda bateu na
trave mais uma vez: começou goleando e tirando o sono dos adversários e foi
minguando ao longo da competição. Seu ataque, tão talentoso (Robben, Van
Persie, Sneider), lhe faltou em jogos decisivos contra Costa Rica e Argentina
(0x0).
Dentre os times menores, as melhores surpresas foram a
Colômbia, a Argélia, o Chile e a Costa Rica, que acabou virando o “segundo
time” de todo mundo. Os grandes que decepcionaram foram a Espanha, a
Inglaterra, a Itália, Portugal e Brasil.
Alguns times estão numa escalada de qualidade que vale a pena vigiar,
como é o caso dos EUA e da Bélgica. Os
times africanos, desta vez, vieram muito fracos, e somente Gana e Nigéria
mostraram algum futebol.
Foi uma Copa com excelente média de gols na primeira
fase, prejudicada por uma série de 0x0 e 1x0 no mata-mata final. Uma Copa dos
goleiros, sem dúvida, e eu escolheria Tim Howard dos EUA como representante da
categoria. Uma Copa de más arbitragens, mostrando (para alegria do meu
preconceito) a incompetência da Fifa na sua preparação e escalação. Justiça
seja feita, a Fifa se redimiu introduzindo duas coisas que deverão se
consolidar: o tira-teima eletrônico para saber se a bola entrou no gol, e o
spray de espuma para marcar a posição da barreira (que o Brasil já usa há
séculos).