Cap. 1 – De como Ribebê Trancaz desembarcou certa tarde em Brasília de um voo da Avianca, vestindo um terno da “Taylor and Stewart” e trazendo consigo três smartphones e uma pasta de documentos com dois cadeados.
Cap. 2 – De como ele
foi direto para o restaurante Piantella, onde sentou vizinho à mesa onde
almoçavam dois ministros e logo-logo lhes vendeu a idéia de uma base espacial
secreta a ser construída em algum lugar entre o Bico do Papagaio e Brasília, e
o pitch foi tão bem sucedido que durante o petit gâteau já manipulavam a alta do cimento.
Cap. 3 – De como
Ribebê decolou novamente, e, sentado por acaso junto a um neurocirurgião,
maravilhou-se com essa coincidência que o obrigou a confidenciar um segredo
cuidadosamente guardado, o de que um laboratório da Noruega acabava de produzir
um coagulante específico para a rede vascular cerebral, e diante da esteira de
bagagens trocaram cartões de visita e apertos de mão efusivos.
Cap.
4 – De como ele desembarcou na Cidade do México e foi direto reunir-se com o
Núncio Apostólico, a quem apresentou um documento de cardeais brasileiros
pronunciando-se sobre uma tecnicalidade metafísica qualquer, e apesar da
resistência inicial do Núncio saiu de lá com sua assinatura no documento e um
convite para visitar sua casa de veraneio em Acapulco.
Cap. 5 – De como Ribebê desceu no Recife e
havia à sua espera um carro que o levou ao estúdio do artista ghoul420:
aquários com leishmaniose, pregos enferrujados, copo de cólera, sêmen congelado
com HIV; “o direito a escolher a morte”, disse o artista, e Ribebê assinou o
patrocínio da expô inteira a percorrer Genebra, Paris e Milão.
Cap. 6 – De como Ribebê Trancaz tirou três
dias de folga e relax na Tailândia (“seeeei...”).
Cap. 7 – De como Ribebê voltou à carga em
Toulouse (França), usando uma megacorp aeroespeacial como mula para produzir um
sistema de malotes transgeográficos entre a Provença medieval e o Nordeste mais
medieval ainda.
Cap. 9 - De como ele desceu em Brasília num jatinho japonês fretado, convocou uma entrevista coletiva, e no meio da discussão foi finalmente identificado, localizado e preso pelos encarregados do Pinel, de onde fugira um mês antes numa madrugada de temporal, após nocautear o psiquiatra-residente sueco e furtar-lhe um terno, três smartphones e uma pasta de documentos com dois cadeados.