Cap. 2 – De como Ivan Denissaev era de uma família tão pobre
que não fazia idéia do que fosse tundra, mujique, ícone, longilíneo, essa zorra
toda.
Cap. 3 – De como o alistamento compulsório ao exército
czarista ensinou a Ivan o manejo do alfabeto e da baioneta.
Cap. 4 – De como Ivan viveu o primeiro grande momento de sua
vida ao descer a escadaria de Odessa mandando bala naquele magote de
desordeiros (ele é o quinto par de botas da esquerda para a direita).
Cap. 5 - De como Ivan tornou-se sub-secretário de
Inteligência do Czar, e nessa qualidade sua primeira providência foi redigir e
distribuir no país, misturando seu aprendizado do colégio ao do quartel, um
livro com um manifesto contra o Czar, uma tortuosa análise política dos países
eslavos, um hino revolucionário, e, nas últimas páginas, algumas fórmulas
químicas de uso prático, numa das quais ao algarismo de um ingrediente foi
discretamente anteposto outro que o multiplicou; e com isso nos dois anos
seguintes três em cada quatro terroristas que tentavam fabricar explosivos iam
pelos ares, poupando esse trabalho ao governo.
Cap. 6 – De como ele foi promovido a oficial do exército
czarista, traiu o czar durante um chá com Kerensky, e participou de reuniões
clandestinas onde nunca distinguiu com clareza o que queriam os mencheviques e
o que queriam os bolcheviques.
Cap. 7 – De como Ivan, durante a tomada do Palácio de
Inverno, entrincheirou-se atrás de uma coluna e, coerente consigo mesmo, atirou
nas tropas invasoras e nas tropas defensoras, esperando para ver para que lado
a batalha pendia.
Cap. 8 – De como a vitória dos insurretos catapultou Ivan ao
cargo de Comissário do Povo Soviético durante a Guerra Civil, quando ele
aproveitou para desviar armas, munições e verbas para seu povoado, e comprar
para si mesmo um automóvel, um aquecedor central e um Ovo Fabergé.
Cap. 9 – De como Ivan tornou-se o braço direito de Josef
Stálin, a ponto de deixar crescer um bigode igualzinho ao do ditador.