Artigos de Braulio Tavares em sua coluna diária no "Jornal da Paraíba" (Campina Grande-PB), desde o 0001 (23 de março de 2003) até o 4098 (10 de abril de 2016). Do 4099 em diante, os textos estão sendo publicados apenas neste blog, devido ao fim da publicação do jornal impresso.
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
2711) As 7 maravilhas (11.11.2011)
(Ayers Rock)
Encerra-se hoje uma eleição, promovida pela Fundação New7Wonders (de promoção do turismo), para indicar as 7 Maravilhas da Natureza, por todo o mundo. Milhões de internautas estarão votando em 28 lugares candidatos a essa honra. Para chegar a eles, foram feitas 440 inscrições de 220 países, que depois foram filtrados até chegar a 77, entre os quais finalmente foram selecionados os 28. Como meu conhecimento geográfico é muito escasso, não conheço nem sequer de fotografia a maior parte dos candidatos. Mas votaria com prazer em sete lugares que, para mim, têm algo de especial.
Os dois primeiros são, é claro, os dois candidatos brasileiros: as Cataratas do Iguaçu e a Floresta Amazônica. Nunca fui ao Iguaçu, mas já sobrevoei um longo trecho da floresta amazônica no Pará, num daqueles Fokker para 6 pessoas. Aquela floresta é um acesso de megalomania da Natureza. Faz a gente se sentir, ao mesmo tempo, minúsculo em comparação com aquilo, e imenso por participar daquilo.
Eu votaria no Mar Morto, que é um dos lugares mais extraterrestres da Terra, um lago de sal, uma água onde não se afunda, abaixo do nível do mar. Parece inventado por um escritor de FC com depressão. Votaria no Grande Canyon, que ainda tenho esperança de conhecer um dia, e que deve ter proporcionado aos que o descobriram uma verdadeira “experiência numinosa” como dizia Jung.
Outro lugar que para mim merece ser eleito é o Vesúvio, talvez o vulcão mais famoso do mundo, herói de filmes e romances. Causou algumas das hecatombes mais notórias e foi responsável pela preservação intacta da cidade de Pompéia, cuja visão nos faz regredir no tempo e captar vidas humanas eternizadas em cinza. Votaria no Monte Kilimanjaro na África, que é famoso por ter virado personagem de livro de Hemingway. Com o aquecimento global as suas famosas neves estão derretendo; comparar as fotos de vinte anos atrás com as de hoje nos faz perceber o quando o mundo parece perto de acabar.
E finalmente eu votaria num dos monumentos naturais mais misteriosos do mundo: Uluru, ou Ayers Rock, aquela gigantesca plataforma rochosa no meio do deserto australiano, adorada pelos aborígenes como a morada dos deuses. Parece o lombo de um lagarto de pedra semi-soterrado, com 350 metros de comprimento, 8 quilômetros de circunferência.
Seriam estes os meus sete candidatos; e o mais curioso é perceber como conhecemos pouco o planeta. Se eu conhecesse todos, talvez escolhesse sete lugares completamente diferentes. O que é uma boa coisa. Pensamos tanto nas maravilhas que encontraremos em outros planetas, e o planeta mais estranho e mais belo é justamente este onde já estamos.