Artigos de Braulio Tavares em sua coluna diária no "Jornal da Paraíba" (Campina Grande-PB), desde o 0001 (23 de março de 2003) até o 4098 (10 de abril de 2016). Do 4099 em diante, os textos estão sendo publicados apenas neste blog, devido ao fim da publicação do jornal impresso.
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
2405) Os Viajantes no Tempo (19.11.2010)
(foto do Viajante no Tempo)
Um dos meus passatempos preferidos (hoje nem tanto, sou um homem ocupado, mas na juventude, quando eu tinha 700 anos de vida pela frente, dediquei-me muito a isto) é examinar pinturas ou fotografias antigas em busca de detalhes estranhos, curiosos ou enigmáticos. Se você passar bastante tempo com uma lupa examinando a Batalha de Avaí ou as Bodas de Caná vai acabar encontrando ali um professor de matemática que teve no Ginásio ou a sua vizinha do 402. É impressionante. Já vi palestras de ufólogos mostrando um disco voador pintado com riqueza de detalhes no céu de um quadro Renascentista. Já passei tardes examinando fotos de inocentes turistas que, reveladas, exibem fantasmas e aparições ao lado dos fotografados. E assim por diante. Perda de tempo? Pode ser, mas não mais do que assistir jogos de futebol.
Tropecei com dois exemplos interessantes, que dão o que pensar. Parece que existe agora, graças à Internet, uma geração de desocupados à procura de Viajantes no Tempo, pessoas que aparecem em fotografias ou filmes antigos e que, observadas com atenção, estão com roupas, objetos ou atitudes que não pertencem à época. Um deles é a imagem (já famosa) da mulher falando ao celular em 1928. No YouTube, o descobridor, George Clarke, explica que estava vendo os “extras” do DVD de O Circo de Chaplin, que incluem fotagem da estreia do filme. De repente, na calçada, passa uma mulher idosa, de preto, de chapéu, andando... e falando ao celular. (Vejam aqui: http://tinyurl.com/366fjy7). Ele repete a imagem, amplia, dá close, faz quadro-a-quadro... Claro, a imagem é antiga e pouco nítida. O que vemos é uma mulher segurando um objeto de forma retangular junto ao ouvido esquerdo, e falando, enquanto caminha sozinha pela rua. Muito comum hoje em dia. Mas, em 1928?
Outra imagem intrigante é a foto da inauguração de uma ponte nos EUA, por volta de 1941. Vemos um grupo de 20 ou 30 pessoas. Os homens, quase todos, vestem paletó e gravata, e usam chapéu. No meio deles, se sobressai um homem jovem, cabelo cortado curto, óculos escuros de formato moderno, casaco, camiseta escura com uma enorme letra impressa no peito, e segurando uma máquina fotográfica bem pequena. Cada um desses detalhes pode ser explicado com exemplos de 1941 – é o que faz o dono do saite que investiga a foto: (http://tinyurl.com/y249bem), mas todos juntos numa pessoa só, dão o que pensar. Basta ver a foto e perceber como aquele indivíduo destoa de todo o restante. Não parece ser truque, nem imagem colada sobre outra.
Viajantes no Tempo? Acho que não, mas ainda assim me pergunto: Por que não? Não é mais absurdo pensar em visitantes do futuro do que em visitantes interplanetários. Não sabemos como escapar ao fluxo do tempo, ainda, mas é este o único obstáculo. Se conseguirmos isso, acho muito mais provável que pessoas de 2040 queiram visitar 1940 do que homenzinhos verdes de outra galáxia queiram visitar a Terra.